21 janeiro 2009

Faça alguma coisa

Assisti hoje ao filme ''O Curioso caso de Benjamin Button''
Não fui para o cinema com qualquer expectativa e isso costuma ser bom.
E foi.
Não estou aqui escrevendo: "Assistam esse filme incrível!"
Estou apenas dizendo que duas horas e quarenta sentada dentro de uma sala não foram muito incômodas.
(Ao contrário do que aconteceu quando fui assistir "Ensaio sobre a cegueira", embora eu tenha "gostado" do filme)

O filme me deixou curiosa e satisfeita.
Fiquei triste e logo feliz porque lembrei que nem mesmo a tristeza dura pra sempre.
Sim. Os filmes, às vezes, me lembram de coisas importantes que meu déficit de atenção deixa escapar.

Na verdade, o triste é que nada, e agora é muito sério, nada mesmo, dura pra sempre.
Tudo é efêmero.
O sentimento, seja ele qual for, acaba, porque a gente também acaba.
A dor vira amor, que vira dor de novo e, então, vira saudade.
A angústia, que vira aprovação, que vira êxtase e que vira angustia de novo.

É claro que nem sempre faz sentido.

O mais claro e não menos óbvio, foi o conteúdo dos conselhos escritos em diferentes postais:
Não importa o que você faça.
Faça alguma coisa da sua vida.
Conheça lugares.
Corra riscos.
Você não precisa saber fazer "tudo" bem feito.
Apenas faça "alguma" coisa da sua vida.

Quase que terminou com: "Use filtro solar"
Mas quem aqui quer morrer com pele de bebê?

15 janeiro 2009

eu quero ir embora


Minha mãe quase pensa que essa foi a primeira frase que formei de verdade.

Sempre gostei de rua e sempre gostei de voltar..pra casa.

E quando criança era tão tímida que era sociável apenas com o olhar.

Chegava em algum lugar, sorria de forma encabulada para todos, conhecia todos os banheiros e depois:

- Mãe, quero ir embora.
Minha mãe sorria disfarçadamente e dizia:
- Te acalma!

E então começava o meu martírio da espera.
E, claro, o martírio de mi madre.


E até hoje eu sou assim.
E só consigo conviver intimamente com pessoas que entendam esse meu peculiar... TOC (?!!)
Os lugares para mim tem prazo de validade.
E não tenho qualquer crise com isso.
Pego minha bolsa e saio de cena, muitas vezes à francesa, porque, embora eu adore ir embora, eu odeio despedidas.