30 abril 2009

msn express - sommelier time

ju menz diz:
tô com um vinho chileno e um uruguaio aqui
qual abro?

C. Pont diz:
mas é o q? é bom?
o uruguaio

ju menz diz:
sério????

C. Pont diz:
tomar vinho chileno sozinha nunca bate bem
muito fortes
aliás, essa frase tu pode publicar no blógue

ju menz diz:
o chileno é um casillero del diablo safra 2007

C. Pont diz:
tomar vinho chileno sozinha nunca bate bem

ju menz diz:
pode deixar

C. Pont diz:
por experiência própria
guarda esse chileno, amiga, tu vai precisar dele em alguma outra ocasião

ju menz diz:
o uruguaio é um tannat varietal reserva

C. Pont diz:
ó te mo
adstringente
mais baratinho
não bate tanto

ju menz diz:
pois é
pensei agora....

C. Pont diz:
tu vai ficar com sede e vai beber uma aguinha junto
e vai dormir melhor
a guria sabe tudo

ju menz diz:
já tomei tantos chilenos syrah sólita

C. Pont diz:
chileno tem que ser carmenere ou cabernet

ju menz diz:
feliz! feliz!

C. Pont diz:
syrah só se for um vinho muiiiito caro e bom

ju menz diz:
entendi
ai, que bom te ter de amiga

C. Pont diz:
porque chileno syrah baratinho assim de 12 14 pilas não é bom

ju menz diz:
aprendo tanto ...12 14 pilas só em Porto, baby....estou em Sampa

C. Pont diz:
é sempre assim, né?
argentino, malbec
uruguaio tem que ser tannat

ju menz diz:
OLHA!
tu sabe muito amiga

C. Pont diz:
e os chilenos carmenere (principalmente os mais novos, as novas safras de carmenere chilenos são muito boas)

ju menz diz:
vai te apavorar com minha adega

C. Pont diz:
e cabernet sauvignon
huhuhuhuhuhuh

ju menz diz:
pronto
abri o uruguayo

C. Pont diz:
isso amigaaaaa

ju menz diz:
minha gata tá linda
fica andando só em duas patas pra se exibir

C. Pont diz:
lindaaaaaaaaaaa
kate
aqui são as 4
o eduardo e um monte de hormonio feminino ao redor

ju menz diz:
HAHAHA
que ótemo

C. Pont diz:
tÔ com inveja do teu vino
a gente começou a tomar ceva
mas que queri memso um vino
agora não vou misturar
a adega tá linda tbm
e a gente fez a adega num móvel antigo da minha avó
com uma portinha de vidro
ficou lindooooo
adoro ir ali e escolher o vino da noite

ju menz diz:
ai, que bom
meu sonho
O sonho.
não tem climatizador?

C. Pont diz:
aí tu já quer demais
mas tá numa parede estratégica

ju menz diz:
HAHAHAHAHAHAH

C. Pont diz:
no meio da casa onde é fresquinho e não bate sol

ju menz diz:
claro

C. Pont diz:
e é longe do fogão

ju menz diz:
já tem o clima ideal
nunca tive tantos vinhos

C. Pont diz:
mas a gente sempre dá uma geladinha no vino antes

ju menz diz:
BOA

C. Pont diz:
esses dias tinha 8 garrafas na adega
não é necessa´rio dizer que não temos mais nenhuma
aiiii vou te dar de presente um troço ótimo que a gente ganhou
são duas rolhas plásticas com um bombeador de ar
pra vedar a garrafa se tu não bebeu o vinho até o fim
e guardar
dá pra guardar vino, champagne e dura uns dias aberto
é um sonho

ju menz diz:
que delícia
(aquelas que sempre toma até o fim...)

C. Pont diz:
aham
pior
eu escrevi e fiquei pensando que a gente usa tri pouco
hahahhahaha
mas já rolou de abrir vinho meio ruim
aí fechar

27 abril 2009

o problema é que o amor não acaba

resposta de Marcelo Rubens Paiva, ou seja, TEXTO DELE!!

O amor acaba? O cara disse.
Numa esquina, num domingo, depois do teatro e do silêncio, na insônia, nas sorveterias, como se lhe faltasse energia.
Ele não volta? Não deixa rastro ou renasce?
Na esquina em que se beijaram uma vez, lá está, na sombra apagada pela luz, na poeira suspensa, na revolta da memória inconformada.
Na solidão, lá vem ele, volta, com lamento, um quase desespero, e penso nos planos perdidos, que vida sem sentido...
Na insônia, o amor cai como uma tonelada de lápide, e se eu tivesse feito diferente, e se eu tivesse sido paciente, e se eu tivesse insistido, suportado, indicado, transformado, reagido, escutado, abraçado?
Na sorveteria, ele volta, o amor, em lembranças.
Porque aquele sabor era o preferido dela, aquela cobertura era a preferida dela, aquela sorveteria era a preferida dela, aquela esquina, aquele bairro, aquele clima, aquela lua, aquele mês, aquela temperatura, aquela raça de cachorro, aquele programa de fim de tarde e aquele horário sem planos...
No elevador, quantas saudades daqueles segundos em silêncio, presos na caixa blindada, vigiados por câmeras camufladas, loucos para se agarrarem, rirem, apertarem todos os botões, tirarem a roupa, escreverem ao lado do Atlasado: “Eu te amo”.
Saudades é amor. Não se tem saudades do que não se amou.
O amor não acaba, porque tenho saudades, me lembro dela, me preocupo com ela, torço por ela, e se sonho com ela, meu dia está feito.
O amor não pode acabar, porque sem ela ou sem a esperança de revê-la, até a chance de tê-la de volta, não vejo a paz.
Ela é uma trégua na minha guerra pessoal contra a minha paixão por ela. Amá-la me faz bem. Mesmo que ela não me ame, amo amá-la. Continuei amando desde o dia em que terminou.
Passei meses amando como se não tivesse acabado.
Ficaria anos amando mesmo se não tivesse voltado. O amor não acaba, muda.
O amor não será, é. O amor está. Foi.
Nas tantas músicas que ouvimos, que dançamos colados, trilhas das noites frias em que você sentava em mim nua, enquanto os meus braços imobilizavam os seus.
Amor. O não-amor é o vazio. O antiamor também é amor.
Eu te amava quando você respirava no meu ouvido. Lembra do meu dedo dentro de você?
Amo-te, amo-te, amo-te.
Instante secreto, sua boca incha, seus olhos apertam, suas unhas me arranham e você diz: Eu te amo!
O amor acabou quando você se foi?
Você sentiu saudades das minhas paredes, das cores das minhas camisas, da umidade da minha boca, do cheirinho do meu travesseiro, da minha torrada com mel, das noites pelados assistindo à tevê, dos vinhos entornados no lençol, do café da manhã com jornal, você sentiu falta de atravessar a avenida comigo de mãos dadas, de correr da chuva, de eu te indicar um livro, do cinema gelado em que vimos o filme sem fim, torcendo para acabar logo e ficarmos a sós, você sentiu falta da minha risada, inconveniência, de eu ser seu amante, noivo, amigo e marido, dos meus olhos te espiando, dos meus dentes mordendo e mastigando, ficou tanto tempo longe e pensou em nós especialmente bêbada ou louca, queria me ligar, me escrever, meu cheiro aparecia de repente, meu vulto estava sempre ali, acaba?
Diz que acaba. Como acaba? Não acaba.
Diz, não acaba.
Repete.
Falei? Não acaba.
Pode virar amor não-correspondido. Pode ser amor com ódio, paixão com amor.
Tem o amor e o nada. Ah, mais uma coisa. Antes que eu me esqueça. O amor não acaba.
Vira.
Se acabar, não era amor.

23 abril 2009

cheguei no ponto no mesmo horário
talvez um pouco mais cedo
estava incompreensivelmente vazio
havia apenas um neguinho
olhei para ele que, percebendo a invasão retornou o olhar
como quem diz: "qual é dona?"
devia ter uns dez anos e ouvia música em seu mp3
fechou os olhos lentamente e voltou a olhar para o infinito
de onde viria o ônibus
"neguinho metido", pensei
o ônibus chega
ele se dirige para porta e para minha surpresa espera eu entrar
entro, pago e tenho quase certeza que por seu tamanho ele passara por baixo da catraca
ele, com tamanho estilo, paga com seu bilhete único
eu sorrio e penso:
"esse neguinho vai ser alguém na vida"
Não sei se jogador de futebol, vocalista de banda de pagode ou presidente dos Estados Unidos.
Mas, esse neguinho vai ser alguém na vida.

eu não te amo mais

andando pela tarde pude perceber que não mudaria muita coisa em minha vida te ter ou não
foi com um soluço que notei tal sentimento
mas o soluço não era de choro
não havia tristeza em meu olhar
não havia mágoa ou ressentimento
...
e até queria ficar aqui na praia mais um instante a apreciar o tédio das ondas infinitas
meu olhar está límpido
só quero pegar meu casaco
não preciso pegar tudo
não preciso pegar nada

talvez te esperar para um abraço
e até dançar Green Eyes, do Coldplay

eu pensei nunca ir embora

o problema é que eu já fui

19 abril 2009

Um Abraço


como encontrar pessoas?

twitter

facebook

o obsoleto orkut

blogs

álbuns


infinitas são as maneiras de procura.

Alguém diz:

-PÔ, nunca mais te vi!

Não viu porque não quis. Porque não procurou. Porque não fez questão.

Ninguém mais está a salvo.

E se estiver é porque foi esquecido.

Seja pelo romantismo do passado, que enviava cartas, adestrava pombos correio e lançava garrafas ao mar, sempre é possível dizer o que ainda não foi dito. O que faltou.


Quando verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha.

Se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, ou pelos olhos, ou pelos poros, ou por onde for.

Porque todos, todos temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada pelos demais.

13 abril 2009

Idéias paternas


Meu pai acordou hoje com ideias David Lynch, ou seja, nada é o que parece.
- Esse chocolate, que "vende uma barbaridade" é tudo falsificado!

- Eu sei pai. O Caco, que mora comigo, fez uma matéria para Veja no ano passado. É tudo gordura vegetal hidrogenada.

- Eles desmancham tudo (!!?) e depois fazem isso. Por isso fica assim.

- Pois é...

Surge um ar de acusação por parte de meu pai:

- E vocês comem!

- Olha, pai, na verdade... - faltaram-me forças - eu como mesmo.


Vai que ele resolve falar da cerveja que bebi ontem à noite. Meu pai anda muito saudável. Não comete unzinho excesso. Acaba faltando cumplicidade comigo, uma pobre mortal.

09 abril 2009

Meu Porto Alegre

Amanhã viajo até ele.
Meu Porto.
Alegre volta.
Embora eu tente sonorizar minha ida para lá de inúmeras formas e com distintos elementos
apena Nei Lisboa é capaz de tanto.
Apenas Nei.
Apenas eu.
Apenas nesse momento.
Diria Telhados de Paris
Ou, quem sabe, Cena Beatnik
E, sempre que vou pro sul ouço, ainda que não queira, Verão em Calcutá.
Mas, quero lembrar do Porto...
Hoje voltei do trabalho ouvindo Pra te Lembrar
Então pensei: dessa vez é essa.

O quê que eu vou fazer pra te esquecer
Sempre que já nem me lembro
Lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nem um adeus pode apagar.
O quê que eu vou fazer pra te deixar
Sempre que eu apresso o passo
Passas por mim
E um silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nem um adeus pode apagar.
O quê que eu vou fazer pra te lembrar
Como tantos que eu conheço
E esqueço de amar
Em que espelho teu
Sou eu que vou estar
A te ver sorrindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nem um adeus pode apagar.

07 abril 2009

inspiração

o melhor do novo jazz...
o melhor de um dia de chuva...
o melhor de um cálice de vinho...
o melhor para respirar o sopro da noite...


04 abril 2009

Porto Alegre e a boemia

Esqueça os bares da Cidade Baixa.
Se foi o que inocentemente te sugeriram quando pediu um roteiro para conhecer essa capital.
Quando eu ainda morava lá os bares desse bairro já não eram grande coisa.
DICA QUENTE:
Boteco Odeon ou Odeon Snack Bar (rá!)
Na R. Andrade Neves, número 81
(Essa rua é a continuação da Salgado Filho, travessa da Borges de Medeiros e paralela com a Rua da Praia)
Lá o chopp é delicioso, assim como os petiscos e a música ao vivo.
O clima é muito dos pubs de Buenos Aires: o palco tem um piano e músicos fantásticos. Destaque para uma senhora que devia de ter seus 79 anos e interpretou Ella Fitzgerald a ponto de arrancar lágrimas dessa pessoinha aqui que até então se debulhava em gargalhadas ao lado da Clá (claro que foi ela quem me levou lá).
Além de Jazz, o chorinho e a bossa-nova também dão sua graça no palco do Odeon.
Eu estou falando palco e fica parecendo que o bar é imenso...tsts.
O bar é minúsculo. Eu mesma fiquei apertadíssima (sem me importar muito, tamanha a diversão)
A dica então é chegar cedo, porque o clima chopp sugere happy hour.
Entonces se vá temprano para allá!
Melhor garçon? Tom (Claro que eu sou do tipo que fica amiga de garçon, nunca fiquei sem mesa na Mercearia São Pedro, aqui de SP)

O Odeon bar é um lugar onde New Orleans encontra Copacabana,
o Mississipi desemboca no Guaíba,
e os amantes da boa música encontram sua Meca...

01 abril 2009

Clarice definindo meu Inferno Astral


Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever?


Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente.

O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham.
Às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente?

Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta?

E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura.

Vou pensar no assunto.
E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso.
Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual ou legal, porque sinceramente não vai rolar!
Não sei amar pela metade.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!