08 dezembro 2010

The day after you die

Não raro escutei amigas e conhecidas expor seus planos a respeito do futuro: "Quero ter filho antes dos 30, e dois filhos, dois ou três!", ou "Quero festa de casamento, mesmo sem me vestir de noiva"...

E a real é que a verdade é tão ou mais cruel do que se imagina. E não foi diferente com elas.
Afinal somos filhos do divórcio e das péssimas relações conjugais que muitas vezes superestimavam a maternidade, achando que com ela as coisas poderiam ser menos entediantes.

Não construir uma realidade ideal só me ajudou nesse sentido. Sempre evitei sonhar com a família margarina. Porque nunca conheci uma.

Conquistamos tantas coisas como o direito de fazer terapia, de não se entender, de mudar de idéia, de não saber o que se quer da vida, de morar sozinho, de acabar uma relação que te diminui, de começar do zero depois do fim, de morrer de amores e esquecer no dia seguinte...
E tudo isso, e mais um pouco, para quê? Para ter uma casa com refeições feitas com caldo knorr e tempero arisco? :o

Para quem você quer provar alguma coisa quando baixa as pálpebras e vira a cara pensando: "comigo será diferente".

E talvez seja tão diferente que você nem imagine o resultado final. E essa é a grande jogada de se respirar nesse planeta: ninguém sabe.

Porque um belo dia você acorda de manhã e já tem 30 anos, talvez 40, e por mais independente e sensacional que for a sua vida você ainda vai ter dúvida. Você vai morrer de medo de não conseguir subir mais um degrau. Você vai ter medo de engordar, de ser rejeitado, de acabar sozinho, de perder aquela festa, aquele show, aquele filme no cinema.

E eu te pergunto: e daí?

Portanto, faça planos. Mas não julgue a vida do cara do lado como miserável porque ela não condiz com o protótipo de vida perfeita que você, com toda sua vanguarda, idealizou.

Talvez você não tenha 3 filhos. E se tiver, talvez o primeiro só venha depois dos 30. Talvez você nem case. Mas isso não impede que você conheça uma pessoa legal e se divirta.

E se, por acaso, você tem 24, 25 anos, não subestime a maneira como os mais velhos fazem tudo. Porque talvez você caia na mesma armadilha e tenha que simplesmente viver.

23 novembro 2010

divã

Às vezes sinto falta da terapia.
Só pra chorar um pouco. Dizer que está tudo errado, mesmo não estando, e voltar para casa com a sensação de que aquele dinheiro está sendo bem investido.

No mundo dos blogs percebo que os que mais fazem sucesso são os que incentivam consumo.
Certo ou não, nunca perdi 30 segundos num blog desses.
Estaria eu preferindo as crises existenciais do universo virtual? Aquelas em que o indivíduo se auto-deprecia a ponto de rir de si mesmo, e, às vezes, nem isso?

(Meu pânico a vírgulas me permite usá-las aos montes quando é de meu agrado.)

Sempre me vem Clarice na memória. Naquela entrevista na Cultura, fumando compulsivamente (e uma das  únicas pessoas que conheço, é verdade, a ter classe nesse ato), sem esboçar um sorriso, com largas pausas entre as perguntas e as respostas, e até mesmo entre as próprias frases, como se desprezasse o tempo. O seu e o do mundo.

Mas eu não faço mais terapia. Então me deixo desabafar por aqui. Com todas as pausas que me são de direito.

bebo sim

Foi o Rô que me apresentou.

Glamm é um vinho branco frisante que vem nessa latinha de 250 ml.

Ideal para o Happy intimista. Só tenho vontade de beber isso agora, mas não tem em qualquer lugar.

Só na nossa geladeira e no pão de açúcar. :)

31 outubro 2010

As Bruxas estão soltas e os livros permitidos

Comecei a ler com 5 anos. Meu irmão mais velho e por parte de pai quem me ensinou. Lembro de mim, no banco de trás do carro ensaiando: "Car los An tonio Frei tas, den tis ta". E foi a partir daí que minha mãe teve a brilhante idéia de entrar para o Círculo do Livro. Alguém de Porto Alegre lembra disso?

Só sei que todo mês minha mãe recebia o representante desse clube e comprava uma meia dúzia de livros pra mim: A dama e o vagabundo; Marcelo, Marmelo, Martelo; A Bela Adormecida, Cinderela e mais um monte de títulos infantis conhecidos da infância anos 80.

Posso dizer que minha mãe pensou: não preciso mais inventar histórias para essa criança dormir. E não precisava mesmo. Agora era só ler. E ai dela que inventasse uma história mais curta, porque eu lia aqueles livros de cabo a rabo. Esnobava. Dizia que era muito fácil.
Foi quando ganhei a coleção inteira do Monteiro Lobato: O sítio do picapau amarelo. Livros sem figuras. Histórias profundas. Sutilezas, ironias. Tive que ler. Foi bem difícil. E só mais tarde fui entender do que se tratava aquele pó de pirilimpimpim...

Saquei que muito disso acontece ainda hoje. Muitos clássicos da literatura que li e na hora não caiu a ficha, mais tarde pensava: "ah, então era isso". Nenhum clássico é clássico por acaso. Dentro da obra de Oscar Wilde, por exemplo, existem inúmeros significados capazes de produzir infinitos insights, ainda que retardatários.

Não foi minha mãe que me ensinou a ler. Mas foi ela que me proporcionou o gosto pela leitura. Não que ela fosse rodeada de livros. Essa era uma das qualidades do meu pai. Minha mãe admirava tanto isso nele que quis passar pra mim algo que a ela não pertencia.
Se hoje eu tenho um maior conhecimento do mundo e enxergo ele com outros olhos, devo muito a minha mãe. 
Nenhuma viagem, por terra ou por droga, tem total sentido para quem não tem referências da literatura. 


O cinema, a arte e as grandes ideias, tiveram sua origem nos livros.
As mulheres que foram queimadas junto com as obras que liam, não faziam bruxarias, se apoderavam de uma sabedoria exclusiva dos homens. Agora, não tem mais jeito, eu sou bruxa desde os 5 anos. E adoro.

27 setembro 2010

Resumo da ópera, ou melhor, da Missa

No último sábado...

Dudu no ato I:

"Os clientes não compram grandes idéias. Eles compram a realização das idéias."

Isso acontece em qualquer área da comunicação. A minha é o jornalismo.
Eu sei o quanto uma reportagem pode gerar expectativa. Mas quem me autoriza é uma pessoa que calmamente vai perguntar: "Como você pretende fazer isso?"
E nessa hora é bom eu ter um bom plano de execução.
Isso não quer dizer que eu escolha caminhos mais fáceis.
Quer dizer que você deve estar disposto a dar a cara a tapa.

Felipe no ato II:

Piada boa é quando ofende alguém.

Os politicamente corretos que me desculpem. Mas ser incorreto é fundamental se você quer ser engraçadinho.


22 setembro 2010

lembranças de um passado remoto

Parece que se passaram 20 anos desde que eu tropecei em mim mesma. Mas foi logo ali, 4 anos atrás.
E hoje, tão envolvida com pessoas e acontecimentos bacanas, não reconheço o sentimento.

Um dia você acorda e decide que não quer mais ter que acordar.
Você esquece de pentear o cabelo. Não arruma mais a cama e mal se olha no espelho.
Tem um dia que você vai chorar compulsivamente porque cada vez que o choro está ensaiando um término você lembra que todo o choro não eliminará a dor. Primeiro você se sente culpada. Sente falta. Depois você percebe que não é o outro. É você.
Então, olha no espelho. Aquelas espinhas que nunca incomodaram na adolescência se instalam na cútis dos vinte e poucos anos.
Você não ri.
Escreve. Escreve. Escreve. Amassa a maioria dos papéis e não joga fora. Você não consegue jogar nada fora a não ser a outra metade do macarrão instantâneo que você certamente não vai conseguir comer.

Você escreve um milhão de emails e salva em rascunhos na esperança de um dia ter coragem de não mandá-los.
Todos os homens do mundo são feios e desinteressantes, com uma breve excessão ao Jogador de Dostoievski. Mas o resto? É só o pó.
Você é feia.
Os dias de sol são feios. A única pessoa com uma beleza lenta é uma amiga que nesse momento vem em sua direção com um rivotril na mão.

O mundo acabou. O sonho acabou. E por que diabos você ainda precisa caminhar por ele e justificar sua ausência em eventos não felizes.
Não. Em momento algum pensou em se matar. Você não é suicida.
Você só queria dormir e não acordar tão cedo.
Talvez dormir pra sempre.
Isso não é se matar. É desistir.
Desistir por um tempo.

Mas eu sempre acordava.

E um dia eu acordei de verdade.
Daí eu voltei.

09 setembro 2010

Curtas fertilizadas por uma mente em TPM

Porque a minha TPM tem mais de 140 caracteres

SE GERA EMPREGOS...

Se uma casa comercial está fechada por dois meses significa que a sua calçada rebaixada para carros virou zona azul e o distribuidor de multas vai multá-lo para atingir sua cota diária de multas que geram empregos. E se gera empregos é bom para o Brasil.

NA CONTRAMÃO

Olhe para os dois lados ao atravessar mesmo que esteja em uma via de mão única. Sempre pode ter um táxi ou um motoboy na direção contrária fazendo uma manobra que ele se sente no direito de fazer. E você, além de atropelada, será xingada.

PREGUICINHA

Tem coisa mais cansativa que mulher ciumenta e insegura que acha que todo mundo tá olhando para o seu namorado e quase coloca o moço dentro da bolsa para evitar a situação? Morro de vontade de dizer: "Gata, te liga, eu jamais me interessaria por um idiota que perde o seu tempo na tua companhia."

ABANDONADA

Nunca tente ajudar uma senhora do seu prédio que foi despedia do emprego e abandonada pela família. Pense bem, alguma coisa ela aprontou. Então, não seja solícita aceitando comprar alguma coisa dos livrinhos que ela lhe empurra no corredor. Faça a linha blasé e diga que só usa importados e tem alergia a produtos vendidos por revendedoras. Ou então aguente a velha ligando 8h30 da manhã para dizer que o seu óleo chegou!

BINA

Tem invenção mais incrível que a bina. Você liga, a pessoa não atende. E se ela não retorna, ótimo! Você já sabe que ela não quer falar com você. Ok, você pode até ligar uma segunda vez. Mas vamos combinar, a não ser que essa pessoa te deva dinheiro, se ela não atendeu ela não quer falar contigo. Ela não te ama mais. Ela não quer mais ser seu amigo. Ela te despreza, te ignora, te detesta. Simples e claro. Não para a velha que quer me mostrar os mais novos livrinhos revendedores e já ligou 21 vezes para o meu celular num único dia. Saudades do "diz que eu não tô".

31 agosto 2010

quanto vale o seu tempo

- Faz pouco tempo que você mora por aqui, não?
- Não. Já moro há 3 anos.
- Eu moro há 53.
...
- Faz pouco tempo que moro por aqui

29 agosto 2010

porque até o jazz gostaria de ser mais rock n' roll

Qual o seu grau de comprometimento com alguma coisa? Qualquer coisa.

O que é uma obrigação pra você? O que costuma fazer religiosamente? Acha que já aprendeu tudo? Plagia ou segue tendências? Cria ou, na verdade, recria? Pensa com a tua cabeça ou a partir de estereótipos? Você é gênio? Tá gostando assim?


Não me preocupa a ansiedade e o tédio, mas sim a apatia.
Se tá bom assim como está. Fica aí. E não entra




Se já sabe como fazer vai lá e faz.

;-)

Ilustração: Stephan Doitschinoff

02 agosto 2010

Solidão e silêncio

Conheço poucas pessoas que apreciem tanto a solidão e o silêncio como eu.
Porque falam muito alto. Porque conversam em demasia no telefone.
Combinam encontros e marcam jantares.
Rabugentísse à parte, confesso um pouco de inveja. Não do excesso de companhia e conversas, mas do apreço exaustivo de ambas. Queria, por vontade própria, tomar tal iniciativa. Mas sempre preferi não.
E não é que eu tema ser contrariada e ver todas as minhas crendices colocadas à prova.
Conheço poucos que demonstrem maior questionamento às próprias certezas do que eu mesma.
E acredito que o silêncio tenha maior poder para modificar opiniões pré-estabelecidas do que conversas entre iguais.
A solidão e o silêncio tem um requinte quase maior do que o de um casal que ainda não oficializou o seu desejo.
É por essa solidão que passam as lembranças em branco e preto. E é o silêncio que as tornam bem mais dignas de um roteiro do que elas verdadeiramente foram.
Aquela casa, aquela rua, aquela cidade pequena.
Os sorrisos, as lágrimas e os sorrisos por debaixo das lágrimas.
Enquanto escrevo simulo um ideal que apenas a companhia felina e Blue Moon podem burlar.
E bebo mais um gole de vinho. Escrevo mais um pouco. E minto mais um pouco.
E a vida segue.

29 junho 2010

A cidadania do passaporte europeu

Cheguei no aviao e a primeira coisa que lembrei foi daquilo que esqueci.
Nao trouxe meus remedios e desde quinta nao durmo bem.
Desde quinta penso muito mais do que o normal. Engracado isso de pensar muito. Voce chega no medico e ele pergunta qual o seu problema:
- Sindrome do panico?
- Depressao/ alteracao constante de humor?
- Ansiedade/ compulsao?

Nao. Eu penso demais. Lo pienso demasiado.
Mucho.

Penso mais ainda quando deito a cabeca no travesseiro.
Penso em tudo, qualquer coisa vira enredo. Qualquer nota, letra de musica.
E tanta gente que nao pensa, nao analisa, nao visualiza todas as possibilidades e invencoes futuras.
E eu pensando tudo. Pensando pelos que nao pensam.

Ricardo, do Cabo Verde fala português, espanhol, francês e inglês. Ele conseguiu uns activias em seu armazen para mim. Se nao durmo devo pelo menos ir ao banheiro, nao?

Estou terminando o Animal Agonizante enquanto agonizo com noites sem sono. O sol esta algo de sensacional. Esqueci, ou talvez nem tenha pensado nisso, todos os meus biquinis.
Deveria ser crime viajar sem biquini na mala. Agora comprei dois europeus e faco a linha calcolao sem a parte de cima.

Nao estou aprendendo nada que eu ja nao saiba. Mas estou conhecendo Madri.
Conhecendo Madri cercada de nerds. E eu nao me importo. Eles nao sabem que sou uma farsa.
Nao sabem que a nota maxima foi um deslize de conduta.
E eu aproveito.

10 junho 2010

Fashion What?



Os biquinis da Cia Marítima continuam extremamente lindos, e o que é melhor, usáveis pra pegar sol.
A Rosa Chá fez aquela linha over fashion. Muito mais maiô tomara que caia do que biquini, e os biquinis...bem, só se for pra fazer carão no fim de tarde. Prefiro tênis, top e short para correr do que ficar fazendo a linha bonita na praia, então ponto, mais um verão, para a Cia Marítima.




Cia Marítima arrasou nos modelos e nas estampas.















A Rosa Chá apresentou coleção assinada por Herchcovitch não muito diferente da do verão anterior. Segue mais na linha "lingerie tendência" que pode até funcionar, mas não com a maioria. Porém, o desfile não foi tãããão conceitual como o do ano passado. Ainda bem. A grande sacada do desfile da Rosa Chá, sem dúvida, foi a banda Stop Play Moon tocando ao vivo.


A Rosa Chá está a cara do Herchcovitch. E tem quem goste. Claro.

05 junho 2010

Nada mais liberal do que um radical no poder

O deputado Luiz Bassuma, autor do projeto contra a legalização do aborto, garantiu que se o mesmo fosse autorizado pelo estado, acomodaria as mulheres, que deixariam de prevenir a gravidez.
Sendo contra e apresentando suas justificativas, o deputado do Partido Verde, em momento algum sugere uma solução. Porque todos sabemos que os métodos contraceptivos sempre existiram. E por que cargas d'água então, uma em cada sete mulheres já fez aborto e o número da população miserável cresce de forma desgovernada?

Por que é tão dífícil o Brasil tomar uma solução radical?
Por que então, ao invés de legalizar o aborto, não se inicia uma ligadura de trompas de mães que estão na linha da pobreza a ponto de não conseguir sustentar nem um único filho?
Por que não se torna obrigatório uma injeção contraceptiva anual em lugares onde não existe nem escoamento de esgoto?
Por que é tão difícil prevenir que milhares de crianças perambulem pelas ruas, usem drogas e caiam no mundo do crime?

Há mais ou menos 5 anos assisti a uma entrevista no GNT com o médico Ocimar Coutinho, então presidente da Sociedade Brasileira da Medicina Endócrina, em que ele afirmava que o Brasil é campeão de filhos sem pai. "O brasileiro faz filho e o governo tem que criar", ressaltava. O problema é que o governo não dá conta. E se não dá conta, causando outros inúmeros problemas à sociedade, deveria ir atrás de soluções que evitassem de essas mães engravidarem.

Esse tipo de atitude contraceptiva seria, sem dúvida, criticada por uma caravana de gente que acha que encher o mundo de gente é a vontade de Deus!!??
Não há como ter absoluta certeza de que Deus existe mas, se Ele existe deve desprezar a ignorância que leva tanta gente ao sofrimento e as cidades ao caos urbano.

Não sei se sou a favor do aborto. Porém, sou extremamente a favor da ligadura de trompas e da contracepção obrigatória.
Mesmo casais com uma condição financeira estável pensam muito antes de ter filhos, e o número não tem passado de dois.

O Bom Fim indispensável de Porto Alegre


Quem, ao visitar Porto Alegre, já pediu dicas a um gaúcho sobre um lugar bacana para gastar as horas livres, já deve ter ouvido falar do Ossip, o boteco mais famoso da capital e um dos pioneiros no bairro Cidade Baixa. Os sócios e irmãos, Diego e Federico Olivari, acabam de inaugurar um irmão mais novo do Ossip no bairro Bom Fim, o Odessa de Isaac Babel, porém para um público mais “oldschool” segundo o próprio Federico, que também é autor dos quadros fantásticos expostos nas paredes do bar: “O nosso público está mais velho, o Odessa é um bar um pouco mais caro, não é um lugar pra pegar garrafa e beber em pé na rua como ainda acontece no Ossip.” E para seguir botando ordem na casa, mesmo a lei antifumo ainda não ter sido aprovada na capital gaúcha, os irmãos uruguaios proibiram o fumo dentro do bar. Para os fumantes ficam reservadas as concorridas mesinhas do lado de fora.

Há poucas quadras dali, há menos de um mês, inaugurou o Boris, um restaurante que mistura jazz com gastronomia de chef com preços pra lá de honestos. Ele costuma lotar nas noites de jazz, às terças e sextas, por um público que vai desde estudantes da UFRGS até a outro um pouco mais velho, amantes de Miles Davis entre outros do gênero.
Nas tardes de sol ou mesmo nas de chuva, vale uma visita na Palavraria para tomar um café, ou mesmo um vinho, e saborear os inúmeros livros do cardápio da livraria. Todo novo escritor da cidade quer ter seu livro lançado ali. É pequena, aconchegante e dispensa os Best Sellers de auto-ajuda que vendem aos montes nas livrarias de Shopping.
É ali no BOm Fim. Um bairro judeu e bastante familiar, que teve seus tempos de glória assim como seus tempos decadentes em função dos botecos da Avenida Osvaldo Aranha, e agora resurge como o bairro da vez na capital gaúcha.

23 maio 2010

Porto Alegre não tem nada DEMAIS, Porto Alegre é no ponto


Estar em Porto Alegre quando não mais se mora aqui é sensacional.
Ainda mais quando o clima resolve ajudar e fica ameno (algo extremamente raro em terras sulinas).
Estamos em maio e não usei nada de lã. Um final de outono delicioso com charme de primavera.
E depois, aqui eu conheço muito gente,mas quase nunca vejo ninguém. Trata-se de um encontro efêmero e sem culpa.
Aqui podemos beber todas sem encontrar ninguém do trabalho.
Aqui podemos falar um monte de besteiras que ninguém vai ficar lembrando delas durante a semana porque você foi embora.
Têm muito menos lugares que em São Paulo. Então, basta dividir os bem legais e/ou os insuportáveis. 

Nessa linha de raciocínio, resolvi vir de encontro a tudo que a minha terra natal tem de mais bacana pra se fazer. Claro que comes e bebes estão muito ligados a esse entretenimento da região. Acontece que já me falaram que Porto Alegre está muito rica culturalmente...isso é o que eu vou conferir na semana, por enquanto o novo ossip dá as caras e as cartas no quesito localização na hora de abrir um boteco.

Porto Alegre confirma que pode ter uma gastronomia de chef com preço honesto e que é capaz de trazer de volta muita gente boa que já havia desistido de investir na capital gaúcha.
O prato de cordeiro com purê de mandioquinha que eu comi hoje e a espumante estrelas do Brasil que bebi ontem não deixaram absolutamente nada a desejar.
Amanhã tem mais...

17 maio 2010

O tênis numero 35

Ela não anda de ônibus. Quem anda de ônibus caminha muito e esse tênis não está gasto.
Não sei se gosto dele.
A questão é que sempre odiei os sapatos femininos número 35.

Já reparou que sempre tem sapatos número 35 em lojas de calçados? A dona desse tênis deve ter chegado na loja, apontado o modelo que escolheu e ao dizer que calçava 35 a vendedora prontamente trouxe o par escolhido e mais uns oito que ela poderia gostar.

Você que calça 35 pode estar recordando da vez em que pediu um modelo de sandália da vitrine e o 35 havia acabado. Mentira!
Os modelos de sapatos femininos usados para mostruário são sempre os de numero 35. Sim.
E eles usariam que número? O 39?

A dona desse tênis nunca passou pelo constrangimento de pedir o número 39 do modelo em exposição e a atendente da loja insistir que o 38 vai entrar no seu pé.
Eu não conheço a dona desse all star e não gosto dela.

03 maio 2010

Oi, como você está?


A maioria das pessoas têm algumas poucas convicções, e um monte de sensações sobre o mundo, que mudam de acordo com o número de acontecimentos, assim como os impactos que esses provocam em suas vidas.
Isso significa que nós dificilmente somos de uma maneira só, ou somos alguma coisa em específico.
Não, nós não somos. Nós estamos. Nós, no momento, acreditamos.
Não perca tempo afirmando que você é assim ou assado.
Já percebeu o quanto as pessoas têm prazer em dizer, do fundo do seu ego: "Eu sou assim, gosto de fazer assim, acredito nisso."

Você está. Você hoje acredita nisso. Você só gosta disso porque é isso que conhece até agora.
Quanto mais eu leio, quanto mais aprendo, menos certeza tenho de minhas convicções.
E isso é deveras libertador.
Talvez por isso entrevistar uma pessoa é algo efêmero.
Seria preciso acompanhar o entrevistado uma vida toda para obter todas as respostas.

Sobre o "Sexo de Luxo"

"Eu sou Alice, mas sou várias outras. Poderia ter vários nomes. E tenho.
Somos garotas comuns. Somos garotas com sonhos. Somos muitas vezes felizes e tantas outras infelizes como qualquer garota.
Gostamos de roupa de marca, Iphone, bolsa importada, calça da diesel e tudo aquilo que você, que estuda na mesma faculdade que eu, também tem porque seu pai paga. É, talvez ele pague pra mim também."

LEIA MAIS AQUI: http://revistatpm.uol.com.br/revista/99/reportagens/garotas-de-programa-de-luxo.html

28 abril 2010

Como dificultar a vida do passageiro

Gosto muito de viajar TAM.
E isso nada tem a ver com o que eles servem durante o vôo.
Me deprime ouvir pessoas reclamando que numa viagem de pouco mais de uma hora ganharam "apenas" uma barra de cereal ou amendoim.
Se faz tanta questão de comer comida quente enquanto estiver voando faça um vôo internacional. Ou, então, leve uma marmita na bolsa térmica.
Por motivos diversos, de atendimento e tudo o mais, prefiro a TAM do que a GOL.
Um dos motivos era a facilidade de acrescentar os pontos ao cartão fidelidade.
Muitas vezes eu não precisava nem pedir e a atendente do balcão me dizia: "Já acrescentei os seus pontos dessa viagem, senhora"
Enquanto na GOL, não adiantava apenas dar o CPF, eu teria que saber o número do smiles.
O que, obviamente, eu não sei. Então teria que chegar em casa, entrar no site da GOL e adicionar os pontos. Chato.
O que eu achava de tão incrível na TAM se transformou na mesma chatice da GOL. A grande questão é: o site da TAM dificilmente funciona. O que gera uma dupla chatice.
Enquanto ainda sou obrigada a participar do monopólio das companhias aéreas brasileiras, sigo viajando TAM. Por enquanto, que fique claro.
Afinal, em se tratando de site e também no quesito revista, a GOL está anos luz na frente da TAM.

26 abril 2010

Soul Kitchen

Soul Kitchen tranquilamente poderia se chamar Soul Kitsch.
Afinal, o termo kitsch é de origem alemã.
O filme se passa em Hamburgo e sua cozinha está mais para Kitsch do que para Kitchen.

Eu tentei o filme inteiro não torcer para que as coisas dessem certo, porque esses nem sempre são os filmes mais bacanas, mas eu falhei.
Eu queria que se pelo menos as coisas não dessem certo, o amor vencesse, ou então, todo mundo transasse no final, numa bela suruba coletiva (redundante assim), resultado do tempero da árvore dos índios.

Soul Kitchen é humano. Trata-se de uma geração falida e - para desespero de muitos endirenhados que se esforçam ao máximo para serem modernos - cool.
Eu, que muito já penei em São Paulo, entendo e conheço muitos deles.
Essas pessoas não moram, invadem. Não compram, tomam.
Não pagam impostos e não aceitam que um emergente idiota invente que gazpacho possa ser servido quente.
Acontece que quando eles decidem fazer alguma coisa, essa coisa é simplesmente cool.
Talvez por não terem a intenção.
Talvez por eles não se importarem com os outros, ou com o que pensa a grande maioria.
E, principalmente, por eles não fazerem a menor questão de ser cool.

Gosto de Soul Kitchen.

Especialmente porque quando o filme acaba eu tenho a certeza de que tudo pode dar errado de novo.

E mesmo assim a história, como seus personagens, não abandonarão seu ar interessante.

04 abril 2010

Sobre o amor


E há também o desamor, além do medo de amar.
Mas o primeiro é ainda mais grave, acredito.
O gostar daqueles que desvalorizam a sua pessoa.
O desejo de ser sem importância.

O desamor vem da ausência de afeto, mas também vem de seu excesso.
Se tem algo que nunca me excitou foi ser desvalorizada por alguém.
Daí fico sozinha com meus monstros. Que não são poucos, acredite.
Daí subo no telhado vizinho com Kate e encaro o fim de tarde como o único companheiro que me resta.

E vejo tantos e tantas em busca do desamor que tenho vontade de gritar.
E não grito.
Vontade de mostrar o caminho.
E não mostro.
A vontade deve ser alheia. A vontade tem que vir de si.
Ou o desamor não finda.
Ou o desamor se instala.

22 março 2010

Para leigos no assunto como eu

Minha bebida é a cerveja. E quando faz um frio do tipo que tem feito na capital, eu abro uma exceção para o vinho. E vou dizer que abro uma garrafa como poucas. "Uma mulher deve saber abrir uma garrafa de vinho sem precisar da ajuda de um homem", diria minha grande amiga Clarissa. Eu concordo, não apenas de vinho, mas de champanhe também. E sem estrondos, please.

E convenhamos, temos vinhos extremamente acessíveis e deliciosos, como os produzidos na região de Mendoza, na Argentina.
Participando de uma degustação sobre os Malbec dessa área, percebi que o vinho mais caro não é necessariamente o mais gostoso.
Pra quem como eu não sabia, Malbec, uva de origem francesa, é a principal uva da Argentina, sendo Mendoza a maior região produtora, responsável por 85% dos vinhos de qualidade do país.

Começamos com o Argento Malbec 2008
Um vinho reserva, mas que não passa por madeira, e sim por inox. Um vinho ok.
Para o dia a dia. Ou para saborear junto com uma entradinha de carpaccio. Não é encorpado.
Custa 23 reais. Tem aroma frutado e desce que é uma beleza.
Como a rolha é de plástico, o ideal é bebê-lo no dia em que ele foi aberto.
Caso sobre, devemos colocar na geladeira e usá-lo como ingrediente em algum prato no dia seguinte.
Três dias depois de aberto não serve nem pra vinagre.

O segundo aberto foi o Paris Goulart Clássico 2007
Esse foi envelhecido por 6 meses em barricas de carvalho.
Por isso custa um pouco mais, 45 reais. É um vinho mais forte pra acompanhar a refeição.
Não é o tipo de vinho que se fica degustando, porque tem um sabor bem ácido no final.

Depois veio o meu preferido, o Séptimo Dia Malbec 2007
Gostei tanto desse que comprei uma garrafa no final da degustação.
Ele foi envelhecido durante 10 meses em barricas de carvalho americano e francês.
Ok, eu não faço a menor idéia de o que faz o carvalho francês ou o carvalho americano ser importante na questão vinho, mas deve fazer diferença, já que o Séptimo Dia custa 55 reais.
Não é o mais caro mas, sem dúvida, o melhor. Bem mais encorpado que os outros dois, tem aroma amadeirado de nozes. O sabor é sensacional, e parece ser ideal para acompanhar carnes vermelhas e massas em geral.
O eleito.

Bodega Norton Reserva 2006 é exportado para mais de 40 países. É envelhecido em carvalho francês por um ano e tem um aroma bem mais defumado.
Aliás, o gosto é muito melhor que o aroma.
Este sai pela quantia de 63 reais.
Vale? Vale. No entanto, ainda fico com o Séptimo.

Luigi Bosca Doc Malbec 2006
Falou em Doc é porque o negócio ficou sério, entendeu?
Na real eu não entendi muito bem. A denominação de Doc é de origem controlada.
Esse vinho é produzido em uma das vinícolas de maior sucesso na Argentina.
Tem aroma de baunilha com café e é bem encorpado.
O sabor no início é meio ácido, mas depois de um tempo na boca lembra mel. Delícia.
Quer provar? 82 reales.
Vale lembrar, pra degustar bem um vinho devemos deixá-lo por um tempo na boca.

E por fim, eu que já tinha degustado duas belas taças de Séptimo Dia, além de uma de cada dos outros, já estava japonesa e combinando uma viagem às vinícolas de Mendoza, degustei por fim o Rutini Malbec 2006
É importante saber que esse vinho, por ficar mais de um ano em carvalho 80% francês e 20% americano, deve ser bem decantado. É um vinho mais macio com sabor de avelã bastante amadeirado. A vinícola que produz esse vinho preza mais pela qualidade do que pela quantidade.
Você pode degustá-lo por 119 reais.

Pra quem, como eu, acha charmoso decantar o vinho, fique sabendo: o decanter serve apenas para vinhos que ficam acima de 10 meses em barricas de CARVALHO, não de inox como a maioria dos vinhos na faixa dos 20 reais.

Sim, os vinhos também choram. E quanto mais finas as lágrimas, maior o seu teor alcóolico.

Tô adorando praticar meu amadorismo com vinhos.

Desvatagem do vinho? Segundo Samuel Johnson, dar palavras aos pensamentos.

Enjoy.

18 março 2010

Por que somos sempre nós que tomamos a iniciativa?

Acho que sou capaz de perdoar tudo num homem, menos a covardia.
Talvez por isso tenha sentido ojeriza do jogador do flamengo, ou será o goleiro (quem se importa!), que formulou a estúpida frase: "Quem nunca saiu na mão com a mulher?"
E também tenha sentido asco de um certo participante do BBB 10 que decidiu se proteger colocando a "namoradinha" na berlinda. Sim, eu assisto BBB. Não, o BBB não é o centro de minhas atenções, apenas passatempo descartável. Gosto de perceber o comportamento humano. E embora os participantes de um reality show sejam motivo de chacota pela falta de cultura geral de todos, consigo perceber reações muito parecidas no dia a dia dos mais letrados.

Voltando a covardia, e pensando sobre o post que li essa semana:

Papo de homem

percebo que as mulheres são as grandes corajosas nas relações: na hora do parto, na escolha por ter ou não ter filhos, na decisão de casar ou não casar, na hora de terminar um relacionamento e na hora de dizer:

"Eu te amo, porra!"

Então vejo que ser covarde não se trata apenas de bater numa mulher, ou preferir se proteger a protegê-la. Esses são atos extremos de covardia. Ser covarde está nas pequenas atitudes do dia a dia: não conseguir terminar uma relação extremamente desgastada, não conseguir se declarar, preferir sofrer a se mostrar frágil, só se assumir apaixonado quando tem certeza do amor da outra pessoa, ter vergonha de sofrer, perder uma chance por se preocupar com o que os outros vão pensar, e por aí vai.

E, pqp, está cheio de homens assim. Fingindo que está tudo bem, mas chorando por dentro. Dizendo que não está nem aí apenas porque vive sua vida em função dos outros e do seu marketing pessoal de fodão, que significa, em outras palavras: COVARDE.
Quando encontro um cara que diz: eu sofri pra caramba por amor. Não deixei de viver minha vida, mas sofri! Eu fui abandonado ou fui traído. Minha mulher não queria mais transar comigo e isso me deixou mal. A culpa é dela ou minha e tanto faz porque eu queria ela de volta agora.

Quando vejo um cara assumir isso tenho vontade de pedir ele em casamento.

Porque a maioria é levado pelo vento, como o saquinho do video no post citado: pela opinião dos amigos, pelo ego, pelo comodismo ou pela própria estupidez mesmo.

Coragem de se expor.
Porque se conseguimos fazer tudo o que eles fazem e mais um pouco, essa dignidade deveria ser conquistada por uma maior fatia da população masculina.

Ah, eu já fiz o meu pedido de casamento.

15 março 2010

O sabonete que te alisa embaixo do chuveiro

Imperdível pra quem se escabela chorando com a mais brega música do rei, e o pior, não tem medo de admitir. Ou até pra aquele que se diz "cool" e curte as músicas da jovem guarda.

Destaque para as lambretas coloridas onde o público pode sentar enquanto assiste grandes momentos de Roberto e Erasmo Carlos.
Mas sem dúvida, e muito bem pensado, os puffs com caixas de som acopladas são a sensação e o descanso depois de por fim chegar ao último andar da exposição.

Foi nesses puffs que minha amiga Clarissa e eu tivemos a sorte de ouvir Cavalgada, um grande hit do astro Rei:
"Estrelas mudam de lugar
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer"

Ou ainda, Cama e Mesa:
"Eu quero ser seu travesseiro
E ter a noite inteira
Pra te beijar durante
o tempo que você dormir"

Imagina um homem que diz que quer ser o seu travesseiro!!!???
Se não fosse brega não seria romântico, e tem mais, pode ser até mentira, que a gente vai adorar.
Na OCA - Parque Ibirapuera - até dia 8 de maio
RC - 50 anos de música
de terça a domingo - das 10h às 21h
terça e quarta - 5 reais
nos outros dias - 20 reais
enjoy!

05 março 2010

Esses dois primeiros não foram proibidos...

...mas esses sim deveriam.

Me diz, quem ainda usa biquini "asa delta"???
Quem???



E tanto nesse, como no anterior, há uma exploração estúpida do corpo feminino.




E nesse, que FOI PROIBIDO, pelo menos tem um cara gostoso também. É sexy sem ser vulgar. Paris Hilton está longe de fazer o tipo gostosona. Então PODE usar um vestido curto sem parecer que está fazendo ponto na Augusta. E não mostrar tudo, convenhamos, é muito mais provocante que biquini ou nudez completa.
A primeira vez que assisti na íntegra pensei: Enfim um comercial de cerveja de bom gosto.
Muita preguiça da Conar, viu? O não falta para eles é falta de argumentos.

28 fevereiro 2010

Abaixo as Unibans do país

http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12544

De extrema importância o levantamento feito pelo sociólogo Gilson Borga.
Ainda mais num tempo em que estamos cercados de "Unibans" da vida.
Sem dúvida, uma estrutura favorável é necessária para um melhor aproveitamento acadêmico, no entanto, o que realmente motiva um aluno é a admiração por quem está lhe passando o conhecimento.
Posso perfeitamente usar como exemplo a PUC de São Paulo, mas sem antes deixar claro que estou falando do meu curso em específico.
Falo, sem medo de errar, que o curso de jornalismo da PUC-SP é um dos melhores do país. E com certeza não falo em termos de estrutura. Ela tem uma estrutura péssima comparada a PUC-RS por exemplo. Acontece que na COMFIL tive motivações que a FAMECOS deixou a desejar.
Admirar um professor faz com que o aluno não queira ser mais um.
No caso do jornalismo, faz com que o aluno não queira se acomodar num concurso ou se encostar numa redação.
Não estou diminuindo o valor da FAMECOS. Mas a PUC-RS em si é exemplo de uma entre várias universidades do país que deixou de investir em bons educadores para se transformar em uma espécie de shopping center.
E essas UNIs da vida onde basta saber escrever o nome na prova do vestibular que você está aprovado, desde que pague a matrícula (que fique claro!), são exemplos ainda piores. Pagam salários medíocres para professores recém formados, sem bagagem nenhuma de profissão ou de mercado de trabalho.
Eu quase morri para terminar de pagar a PUC-SP. Enquanto nessas "novas Universidades" você acessa a internet até no banheiro, na Puc daqui, quando muito tinha espelho no banheiro.
Porém, tive um sem número de mestres que me fizeram continuar.
Que caia o diploma! Que aumente a mensalidade! Mas, por favor, mantenham a qualidade.
O melhor professor não é aquele que ensina. É aquele que inspira.

Me recusaria a pagar um pau e meio por mês se não tivesse professores no mínimo com esse currículo:

http://www.revista.agulha.nom.br/ag53moraes.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Arbex_Junior

:)

27 fevereiro 2010

Eu sou assim também

Sou torta, cheia de curvas.
E não são curvas da garota propaganda de cerveja.
Eu sou assim também.
Prefiro ser feliz a ter razão. Sempre.
Prefiro pedir desculpas mesmo quando sei que estou certa.
E perdôo também.
Prefiro sentir a dor do que fingir vencê-la.
Confesso: ainda não sei o que quero.
Mas tenho absoluta certeza do que não quero pra mim.
Por isso ainda dou mais uma chance.
A última chance dessa vez.
Na próxima talvez não tenha.
Mas se não tiver, vai ser porque EU não quis.

http://carpinejar.blogspot.com/2010/02/separacao-criativa.html

23 fevereiro 2010

a girl without a kiss

Existe algo em mim que precisa do espaço e que ao mesmo tempo busca alguém.
Algo lúdico e trágico que sai de mim e de vez em quando vem.

Tem tanta gente falando por falar, tanta gente brigando por brigar.
Escolhi calar. Escolhi gritar.

Tem tanta gente que ri sem ter vontade, tanta gente que é pura maquiagem.
Gente triste com foto no jornal onde está bem, gente míope esperando algo que nunca vem.

Eu escolhi um céu não tão azul. Quis um inverno nem tão frio assim.
Eu decidi deixar de lado as ilusões, enquanto isso elas correm atrás de mim.

E eu me pergunto: que beijo foi aquele?
- Que beijo sem saliva foi aquele?

Me chamem quando alguém assumir que chora escondido.
Me liguem quando assinarem atestado de bandido.

Eu sigo só, nesse mundo, eu vou só.
Sigo só, nesse mundo, ando só.
Essa música é pra ti que é pura nostalgia. Pra ti que vive a vida sem anestesia.

Pra ti que nunca morre quando as luzes se apagam.
Pra ti que sofre de ferida aberta e desistiu de provar que está certa.

15 fevereiro 2010

Fudeu?


Sinto o fim do mundo como a única coisa coerente a se esperar.
Podem fazer um milhão de objetos horrorosos, desses de garrafas pets.
O desastre fashion daquelas bolsas com argolas de latinhas.
Ou ainda usar sacolas recicláveis. Nada disso me convence ou me comove.

Os ecologicamente corretos não me convencem porque são, em sua maioria, ignorantes.
No ano de 2004, talvez 2005, li uma reportagem na Trip, escrita pelo excelente repórter Bruno Torturra, que falava sobre o futuro da humanidade.
O título era: Fudeu! Não há mais como salvar o planeta.
Essa foi a única reportagem sobre o meio ambiente que fez sentido pra mim nos últimos anos.
Nenhuma outra história da carochinha me persuadiu.

Embora eu tenha sempre tentado fugir de um mundo fútil, ele sempre me perseguiu e me pagou bem para me deixar certa mais uma vez de que a salvação da terra está fadada ao fracasso.
Não escrevo isso de maneira pessimista. Taí uma coisa que não sou.
Escrevo os fatos. Dos fatos não há como fugir.

Vejo a população a minha volta com a mesma ignorância dos gregos há centenas de anos atrás.
A excessiva contemplação do belo. O belo, para os gregos, era algo inútil, servindo apenas para ser contemplado. E por isso era considerado como algo sagrado.
Tudo o que era útil remetia a servidão, dessa forma, tudo o que era útil servia apenas para os escravos. Os gregos gostavam, admiravam e contemplavam coisas inúteis e belas.

E hoje? Estamos num mundo muito diferente?

Sensações

Que Deus permita manter à distância meu ego, para que eu não perca esse sentimento oceânico.

Um carnaval pra chamar de meu

Quem pensa que precisa morar no Nordeste ou no Rio pra ter uma infância regada a folia no carnaval está muito enganado.
Minha mãe, como toda mulher, realizou o grande sonho feminino ao ter uma filha.
Ganhou uma barbie para trocar de roupa.
Está certo que, muitas vezes, as roupas de apresentação do balé eram aproveitadas.
Acontece que minha mãe tinha uma máquina de costura.
E, para meu constrangimento, afinal eu mal sei pregar um botão numa camisa, sabia costurar nessa máquina.
E dali saíram muitas das minhas fantasias.
De florzinha, de odalisca, de, veja bem, colhedora de trigo.
Sim, com esta última, minha mãe conseguiu a façanha de me inscrever num concurso de fantasias do Clube Glória Tênis Clube. Foi quando ganhei primeiro lugar na categoria originalidade! Quase uma obviedade.
Meu pai também acompannhava. Mas a "função" mesmo ficava por conta da minha mãe.
E eu me lambuzava na purpurina. Não economizava confete.
Só guardava mesmo a serpentina. Dessas eu ganhava apenas 4 ou 5.
Usava no meio do salão, mas deixava a última para quando minha mãe dizia que estava na hora.
Pois é. Carnaval de salão dos clubes de Porto Alegre.
Era pulando atrás do trenzinho que eu dificilmente pedia para ir embora.
Era cantando: "Olha a cabeleira do Zezé", entre outras marchinhas, que eu esquecia do meu TOC de querer sempre voltar pra casa.
Minha mãe chegava perto de mim e dizia: "Vamos, tá na hora!"
E eu dizia: "Só um pouquinho"
E corria para um canto do salão para jogar minha última serpentina.
Era bonito de se ver.
Era carnaval.

11 fevereiro 2010

Ovelha rosa da família: Mcqueen


Os gênios costumam ser criaturas imensamente sensíveis e por mais egocêntricos que sejam não suportam a injustiça. Talvez porque no fundo se sintam injustiçados, cobrados e criticados o tempo inteiro.
Três anos depois do suicídio de sua melhor amiga, Isabella Blow, na época editora de moda da revista Tatler, que o lançou ao estrelato, Alexander Mcqueen se entrega novamente ao fundo do poço com a perda da mãe, que aconteceu na semana passada, e não se sente capaz de brilhar mais uma vez nas semanas de Moda de Londres e Paris.

Em seus comentários no twitter ele se mostra magoado, injustiçado: "estou deixando meus seguidores saber que minha mãe morreu ontem. se ela não pode me ter, vocês também não RIPmomxxxxxxx"
E desiste.
Talvez, para nós, os não gênios, seja inadimissível esse tipo de atitude.
Como? O cara era um super talento. Reconhecidíssimo por personalidades do mundo inteiro.
O queridinho da sensação do momento: Lady Gaga.
Além de ser amicíssimo de Kate Moss, a modelo veterana mais copiada e com mais estilo no mundo das celebrities.

Seu próximo desfile seria, com pouca margem de erro, ovacionado por público e crítica. E mesmo assim, ele não quis ficar.
Acontece que cada um tem a sua tristeza. E consegue lidar com ela ou não. Já falei aqui que admiro as pessoas que não tem medo de se assumirem tristes. Não as depressivas, mas as que ficam tristes belamente. Gente que está sempre feliz é uma farsa. E está longe de ter poesia.
Mcqueen sabia ficar triste e ir até o fundo do poço. Talvez ele não soubesse voltar. O que em nada diminui o talento que ele era. Se ele não encontrou a paz, se livrou do desespero.
Nesta foto, Mcqueen faz uma homenagem à amiga Kate Moss no término de um desfile em 2005. Pouco após Kate ter sido alvo dos paparazzos e aparecer para o mundo usando cocaína. O estilista achou uma grande injustiça. E gênios não gostam de injustiças.

04 fevereiro 2010

be sad

Por que deixar para amanhã aquilo que você pode sofrer hoje?


Sofra se for capaz. Assuma que perdeu. Pegue essa derrota, embrulhe e durma com ela.
Isso se você conseguir dormir, né?
Porque o lexotan já acabou há alguns anos, e não seria o caso de abrir um vinho para tomar com dorflex.
Sofra. Chore. Não consegue?
Tenta. Com força. Grita no travesseiro.
É preciso ter muita coragem para assumir para si mesmo um sofrimento, uma falha, uma ruína.
Ainda mais num mundo onde todos exalam sucesso, consumismo e satisfação.

No dia seguinte, talvez na semana seguinte, passa.
E o melhor é que passa mesmo.
Mas é preciso saber sofrer.

01 fevereiro 2010

eu sou uma farsa

Eu sou uma falsa jornalista.
Uma jornalista que não acredita em verdades absolutas.
Acredito no jornalismo literário. No jornalismo bem escrito ainda que sem importância.
Não me interessam os fatos, e sim os personagens.
Por isso, às vezes, alguns lugares me são aborrecidos.
Porque os personagens não colaboram. São chatos. Sem cor.
O que mais me agrada em uma pessoa é o humor.
Humor inteligente, sádico e até trágico.
Alguém com humor pode falar até sobre economia.
Quem tem humor é sexy.
Acontece que descobri a grande sacada. Descobri por que motivo essas pessoas são tão raras.
Para se ter humor é necessário antes se ter segurança, conhecimento e empatia.
Então me perguntariam: e a tal veracidade jornalística?
Acredite em mim: as maiores verdades são ditas em tom de brincadeira.
Sempre.

30 janeiro 2010

O jornalista e sua dolce vita

Por favor, pára tudo.
Quem foi que disse que o jornalista tem uma profissão ingrata?
Que ele ganha mal, até aí, qualquer profissão tem suas dificuldades.
Agora vamos combinar que ter o dom de saber contar bem uma história, seja ela qual for e de onde for, pode nos levar a lugares inimagináveis.
Caco está aí e não me deixa mentir:

http://juntaroscacos.blogspot.com/2010/01/speechless.html

E eu vou dizer que também não tenho do que reclamar:










Temos que tirar fotos, porque se a gente conta o povo não acredita.
Eu sei que pai pobre é destino, mas marido pobre é burrice. O problema é que sou uma eterna romântica. Achei melhor me garantir na ingrata profissão de jornalista.

28 janeiro 2010

Sonhei contigo ontem

Sabe quando a gente sonha que tá transando com uma pessoa e é algo MUITO real.
Pois é. No outro dia fica aquela sensação estranha tipo: devo ligar? mandar SMS?
Pior quando é uma pessoa do teu convívio diário e vocês se cruzam.
Se pega o elevador junto, fudeu.
Daí já rola aquele oi com um sorrisinho de cumplicidade (só da tua parte, que fique claro).
Mas a vida segue em frente. Temos coisas pra fazer. E fazemos.
O problema é que aquele sonho tão legítimo não sai da tua cabeça.
Às vezes a criatura nem é tudo isso, e agora eu vou dizer: o pior é quando é.
Daí, desiste.
O ser vai te atormentar a cada frase digitada, a cada passo na calçada, a cada chuva de fim de tarde.
E, ainda ontem, um amigo tirava onda de minha terapia Junguiana.
"Quer dizer que você fica contando o que sonhou e ainda paga por isso."
Pago. E vale a pena.
Só qem sonha sabe o que um sonho é capaz de fazer.

22 janeiro 2010

artistas que fazem sorrir

Eu estive na abertura da Exposição De dentro pra fora de fora pra dentro no Masp aqui em São Paulo. Mas aconselho a todos que fizeram a mesma coisa a irem de novo e olhar com mais calma.
Aperfeiçoar o olhar numa das exposições mais belas que essa cidade já teve.
Eu gosto muito, muito mesmo, de todos os artistas que participam dela.
Porém, tem um que me faz sorrir sem que eu perceba.
Daniel Melim é um deles.
Devidamente inspirado na pop art de Roy Lichtenstein e Andy Warhol, Daniel arrebenta.
Já escolhi o quadro que quero dele na Choque Cultural.
Embora um seja pouco, já é um começo para uma fã.
Parabéns, Daniel e a todos os artistas dessa exposição.
E para quem ainda não foi, por favor, é um dever.
Algo que, assim como os Gêmeos, entrará para a história da arte de São Paulo, do Brasil, e por que não do mundo.
Afinal esses caras já estão arrebentando lá fora. :)

17 janeiro 2010

milágrimas

depois de me lavar chorando no cinema.
volto pra casa com a intenção de correr.
a chuva me impede e me lavo chorando com um filme na HBO...

detalhe: um filme mais óbvio que o outro.
detalhe 2: eu não estou na TPM

com isso, dou por encerrado o meu domingo.
chega, vou dormir.
o dia começa cedo amanhã.

15 janeiro 2010

Casa comigo?

Escrever dói.
Mas dói menos do que falar.
Pelo menos para os homens.
Homem não gosta de falar, de relembrar, de perguntar.
A mulher fala porque não se importa tanto com a dor.
O homem não consegue dizer: fica comigo porque eu te amo.
Ele diz: Por que você quer acabar se o nosso sexo é tão bom?
A mulher diz: fica comigo porque eu te amo!
E o homem entende que ela quer transar.

A mulher não perdoa o homem amar outra. Não consegue viver só de sexo.
O homem não perdoa a mulher transar com outro. Não consegue viver só de amor.

- Casa comigo?
- Por quê?
- Porque eu quero comer você todos os dias da minha vida.
- Você nem me conhece.
- Eu te desejo.
- Eu sou uma péssima esposa.
- Já tive boas esposas. Quero variar.
- Eu amo outra pessoa.
- Isso é questão de tempo.

12 janeiro 2010

folga forçada de janeiro


Se você, como eu, anda tendo folgas forçadas. Típicas do mês de janeiro.

Antes de ir beber todas na Mercearia, vai lá no Luxo, antigo Lux.

Ali na Aspicuelta, 193, a Ciça pode fazer com que tudo fique melhor na sua cabeça, inclusive nas suas sombrancelhas.

Novidade na Era do Aquecimento Global: O Lux (vou continuar chamando de Lux pra sempre) agora tem ar-condicionado.
Super fresquinho, eu não queria mais sair lá de dentro: fiz mãos, pés, sombrancelhas e dei uma boa desfiada nos fios - o típico barba, cabelo e bigode dos homens.
Ah, ela atende homens também. E muitos.
Sem dúvida, Ciça é uma das pessoas com maior habilidade com as tesouras daqui de São Paulo.


Vai lá.