29 junho 2010

A cidadania do passaporte europeu

Cheguei no aviao e a primeira coisa que lembrei foi daquilo que esqueci.
Nao trouxe meus remedios e desde quinta nao durmo bem.
Desde quinta penso muito mais do que o normal. Engracado isso de pensar muito. Voce chega no medico e ele pergunta qual o seu problema:
- Sindrome do panico?
- Depressao/ alteracao constante de humor?
- Ansiedade/ compulsao?

Nao. Eu penso demais. Lo pienso demasiado.
Mucho.

Penso mais ainda quando deito a cabeca no travesseiro.
Penso em tudo, qualquer coisa vira enredo. Qualquer nota, letra de musica.
E tanta gente que nao pensa, nao analisa, nao visualiza todas as possibilidades e invencoes futuras.
E eu pensando tudo. Pensando pelos que nao pensam.

Ricardo, do Cabo Verde fala português, espanhol, francês e inglês. Ele conseguiu uns activias em seu armazen para mim. Se nao durmo devo pelo menos ir ao banheiro, nao?

Estou terminando o Animal Agonizante enquanto agonizo com noites sem sono. O sol esta algo de sensacional. Esqueci, ou talvez nem tenha pensado nisso, todos os meus biquinis.
Deveria ser crime viajar sem biquini na mala. Agora comprei dois europeus e faco a linha calcolao sem a parte de cima.

Nao estou aprendendo nada que eu ja nao saiba. Mas estou conhecendo Madri.
Conhecendo Madri cercada de nerds. E eu nao me importo. Eles nao sabem que sou uma farsa.
Nao sabem que a nota maxima foi um deslize de conduta.
E eu aproveito.

10 junho 2010

Fashion What?



Os biquinis da Cia Marítima continuam extremamente lindos, e o que é melhor, usáveis pra pegar sol.
A Rosa Chá fez aquela linha over fashion. Muito mais maiô tomara que caia do que biquini, e os biquinis...bem, só se for pra fazer carão no fim de tarde. Prefiro tênis, top e short para correr do que ficar fazendo a linha bonita na praia, então ponto, mais um verão, para a Cia Marítima.




Cia Marítima arrasou nos modelos e nas estampas.















A Rosa Chá apresentou coleção assinada por Herchcovitch não muito diferente da do verão anterior. Segue mais na linha "lingerie tendência" que pode até funcionar, mas não com a maioria. Porém, o desfile não foi tãããão conceitual como o do ano passado. Ainda bem. A grande sacada do desfile da Rosa Chá, sem dúvida, foi a banda Stop Play Moon tocando ao vivo.


A Rosa Chá está a cara do Herchcovitch. E tem quem goste. Claro.

05 junho 2010

Nada mais liberal do que um radical no poder

O deputado Luiz Bassuma, autor do projeto contra a legalização do aborto, garantiu que se o mesmo fosse autorizado pelo estado, acomodaria as mulheres, que deixariam de prevenir a gravidez.
Sendo contra e apresentando suas justificativas, o deputado do Partido Verde, em momento algum sugere uma solução. Porque todos sabemos que os métodos contraceptivos sempre existiram. E por que cargas d'água então, uma em cada sete mulheres já fez aborto e o número da população miserável cresce de forma desgovernada?

Por que é tão dífícil o Brasil tomar uma solução radical?
Por que então, ao invés de legalizar o aborto, não se inicia uma ligadura de trompas de mães que estão na linha da pobreza a ponto de não conseguir sustentar nem um único filho?
Por que não se torna obrigatório uma injeção contraceptiva anual em lugares onde não existe nem escoamento de esgoto?
Por que é tão difícil prevenir que milhares de crianças perambulem pelas ruas, usem drogas e caiam no mundo do crime?

Há mais ou menos 5 anos assisti a uma entrevista no GNT com o médico Ocimar Coutinho, então presidente da Sociedade Brasileira da Medicina Endócrina, em que ele afirmava que o Brasil é campeão de filhos sem pai. "O brasileiro faz filho e o governo tem que criar", ressaltava. O problema é que o governo não dá conta. E se não dá conta, causando outros inúmeros problemas à sociedade, deveria ir atrás de soluções que evitassem de essas mães engravidarem.

Esse tipo de atitude contraceptiva seria, sem dúvida, criticada por uma caravana de gente que acha que encher o mundo de gente é a vontade de Deus!!??
Não há como ter absoluta certeza de que Deus existe mas, se Ele existe deve desprezar a ignorância que leva tanta gente ao sofrimento e as cidades ao caos urbano.

Não sei se sou a favor do aborto. Porém, sou extremamente a favor da ligadura de trompas e da contracepção obrigatória.
Mesmo casais com uma condição financeira estável pensam muito antes de ter filhos, e o número não tem passado de dois.

O Bom Fim indispensável de Porto Alegre


Quem, ao visitar Porto Alegre, já pediu dicas a um gaúcho sobre um lugar bacana para gastar as horas livres, já deve ter ouvido falar do Ossip, o boteco mais famoso da capital e um dos pioneiros no bairro Cidade Baixa. Os sócios e irmãos, Diego e Federico Olivari, acabam de inaugurar um irmão mais novo do Ossip no bairro Bom Fim, o Odessa de Isaac Babel, porém para um público mais “oldschool” segundo o próprio Federico, que também é autor dos quadros fantásticos expostos nas paredes do bar: “O nosso público está mais velho, o Odessa é um bar um pouco mais caro, não é um lugar pra pegar garrafa e beber em pé na rua como ainda acontece no Ossip.” E para seguir botando ordem na casa, mesmo a lei antifumo ainda não ter sido aprovada na capital gaúcha, os irmãos uruguaios proibiram o fumo dentro do bar. Para os fumantes ficam reservadas as concorridas mesinhas do lado de fora.

Há poucas quadras dali, há menos de um mês, inaugurou o Boris, um restaurante que mistura jazz com gastronomia de chef com preços pra lá de honestos. Ele costuma lotar nas noites de jazz, às terças e sextas, por um público que vai desde estudantes da UFRGS até a outro um pouco mais velho, amantes de Miles Davis entre outros do gênero.
Nas tardes de sol ou mesmo nas de chuva, vale uma visita na Palavraria para tomar um café, ou mesmo um vinho, e saborear os inúmeros livros do cardápio da livraria. Todo novo escritor da cidade quer ter seu livro lançado ali. É pequena, aconchegante e dispensa os Best Sellers de auto-ajuda que vendem aos montes nas livrarias de Shopping.
É ali no BOm Fim. Um bairro judeu e bastante familiar, que teve seus tempos de glória assim como seus tempos decadentes em função dos botecos da Avenida Osvaldo Aranha, e agora resurge como o bairro da vez na capital gaúcha.