E a real é que a verdade é tão ou mais cruel do que se imagina. E não foi diferente com elas.
Afinal somos filhos do divórcio e das péssimas relações conjugais que muitas vezes superestimavam a maternidade, achando que com ela as coisas poderiam ser menos entediantes.
Não construir uma realidade ideal só me ajudou nesse sentido. Sempre evitei sonhar com a família margarina. Porque nunca conheci uma.
Conquistamos tantas coisas como o direito de fazer terapia, de não se entender, de mudar de idéia, de não saber o que se quer da vida, de morar sozinho, de acabar uma relação que te diminui, de começar do zero depois do fim, de morrer de amores e esquecer no dia seguinte...
E tudo isso, e mais um pouco, para quê? Para ter uma casa com refeições feitas com caldo knorr e tempero arisco? :o
Para quem você quer provar alguma coisa quando baixa as pálpebras e vira a cara pensando: "comigo será diferente".
E talvez seja tão diferente que você nem imagine o resultado final. E essa é a grande jogada de se respirar nesse planeta: ninguém sabe.

E eu te pergunto: e daí?
Portanto, faça planos. Mas não julgue a vida do cara do lado como miserável porque ela não condiz com o protótipo de vida perfeita que você, com toda sua vanguarda, idealizou.
Talvez você não tenha 3 filhos. E se tiver, talvez o primeiro só venha depois dos 30. Talvez você nem case. Mas isso não impede que você conheça uma pessoa legal e se divirta.
E se, por acaso, você tem 24, 25 anos, não subestime a maneira como os mais velhos fazem tudo. Porque talvez você caia na mesma armadilha e tenha que simplesmente viver.