28 fevereiro 2010

Abaixo as Unibans do país

http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12544

De extrema importância o levantamento feito pelo sociólogo Gilson Borga.
Ainda mais num tempo em que estamos cercados de "Unibans" da vida.
Sem dúvida, uma estrutura favorável é necessária para um melhor aproveitamento acadêmico, no entanto, o que realmente motiva um aluno é a admiração por quem está lhe passando o conhecimento.
Posso perfeitamente usar como exemplo a PUC de São Paulo, mas sem antes deixar claro que estou falando do meu curso em específico.
Falo, sem medo de errar, que o curso de jornalismo da PUC-SP é um dos melhores do país. E com certeza não falo em termos de estrutura. Ela tem uma estrutura péssima comparada a PUC-RS por exemplo. Acontece que na COMFIL tive motivações que a FAMECOS deixou a desejar.
Admirar um professor faz com que o aluno não queira ser mais um.
No caso do jornalismo, faz com que o aluno não queira se acomodar num concurso ou se encostar numa redação.
Não estou diminuindo o valor da FAMECOS. Mas a PUC-RS em si é exemplo de uma entre várias universidades do país que deixou de investir em bons educadores para se transformar em uma espécie de shopping center.
E essas UNIs da vida onde basta saber escrever o nome na prova do vestibular que você está aprovado, desde que pague a matrícula (que fique claro!), são exemplos ainda piores. Pagam salários medíocres para professores recém formados, sem bagagem nenhuma de profissão ou de mercado de trabalho.
Eu quase morri para terminar de pagar a PUC-SP. Enquanto nessas "novas Universidades" você acessa a internet até no banheiro, na Puc daqui, quando muito tinha espelho no banheiro.
Porém, tive um sem número de mestres que me fizeram continuar.
Que caia o diploma! Que aumente a mensalidade! Mas, por favor, mantenham a qualidade.
O melhor professor não é aquele que ensina. É aquele que inspira.

Me recusaria a pagar um pau e meio por mês se não tivesse professores no mínimo com esse currículo:

http://www.revista.agulha.nom.br/ag53moraes.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Arbex_Junior

:)

27 fevereiro 2010

Eu sou assim também

Sou torta, cheia de curvas.
E não são curvas da garota propaganda de cerveja.
Eu sou assim também.
Prefiro ser feliz a ter razão. Sempre.
Prefiro pedir desculpas mesmo quando sei que estou certa.
E perdôo também.
Prefiro sentir a dor do que fingir vencê-la.
Confesso: ainda não sei o que quero.
Mas tenho absoluta certeza do que não quero pra mim.
Por isso ainda dou mais uma chance.
A última chance dessa vez.
Na próxima talvez não tenha.
Mas se não tiver, vai ser porque EU não quis.

http://carpinejar.blogspot.com/2010/02/separacao-criativa.html

23 fevereiro 2010

a girl without a kiss

Existe algo em mim que precisa do espaço e que ao mesmo tempo busca alguém.
Algo lúdico e trágico que sai de mim e de vez em quando vem.

Tem tanta gente falando por falar, tanta gente brigando por brigar.
Escolhi calar. Escolhi gritar.

Tem tanta gente que ri sem ter vontade, tanta gente que é pura maquiagem.
Gente triste com foto no jornal onde está bem, gente míope esperando algo que nunca vem.

Eu escolhi um céu não tão azul. Quis um inverno nem tão frio assim.
Eu decidi deixar de lado as ilusões, enquanto isso elas correm atrás de mim.

E eu me pergunto: que beijo foi aquele?
- Que beijo sem saliva foi aquele?

Me chamem quando alguém assumir que chora escondido.
Me liguem quando assinarem atestado de bandido.

Eu sigo só, nesse mundo, eu vou só.
Sigo só, nesse mundo, ando só.
Essa música é pra ti que é pura nostalgia. Pra ti que vive a vida sem anestesia.

Pra ti que nunca morre quando as luzes se apagam.
Pra ti que sofre de ferida aberta e desistiu de provar que está certa.

15 fevereiro 2010

Fudeu?


Sinto o fim do mundo como a única coisa coerente a se esperar.
Podem fazer um milhão de objetos horrorosos, desses de garrafas pets.
O desastre fashion daquelas bolsas com argolas de latinhas.
Ou ainda usar sacolas recicláveis. Nada disso me convence ou me comove.

Os ecologicamente corretos não me convencem porque são, em sua maioria, ignorantes.
No ano de 2004, talvez 2005, li uma reportagem na Trip, escrita pelo excelente repórter Bruno Torturra, que falava sobre o futuro da humanidade.
O título era: Fudeu! Não há mais como salvar o planeta.
Essa foi a única reportagem sobre o meio ambiente que fez sentido pra mim nos últimos anos.
Nenhuma outra história da carochinha me persuadiu.

Embora eu tenha sempre tentado fugir de um mundo fútil, ele sempre me perseguiu e me pagou bem para me deixar certa mais uma vez de que a salvação da terra está fadada ao fracasso.
Não escrevo isso de maneira pessimista. Taí uma coisa que não sou.
Escrevo os fatos. Dos fatos não há como fugir.

Vejo a população a minha volta com a mesma ignorância dos gregos há centenas de anos atrás.
A excessiva contemplação do belo. O belo, para os gregos, era algo inútil, servindo apenas para ser contemplado. E por isso era considerado como algo sagrado.
Tudo o que era útil remetia a servidão, dessa forma, tudo o que era útil servia apenas para os escravos. Os gregos gostavam, admiravam e contemplavam coisas inúteis e belas.

E hoje? Estamos num mundo muito diferente?

Sensações

Que Deus permita manter à distância meu ego, para que eu não perca esse sentimento oceânico.

Um carnaval pra chamar de meu

Quem pensa que precisa morar no Nordeste ou no Rio pra ter uma infância regada a folia no carnaval está muito enganado.
Minha mãe, como toda mulher, realizou o grande sonho feminino ao ter uma filha.
Ganhou uma barbie para trocar de roupa.
Está certo que, muitas vezes, as roupas de apresentação do balé eram aproveitadas.
Acontece que minha mãe tinha uma máquina de costura.
E, para meu constrangimento, afinal eu mal sei pregar um botão numa camisa, sabia costurar nessa máquina.
E dali saíram muitas das minhas fantasias.
De florzinha, de odalisca, de, veja bem, colhedora de trigo.
Sim, com esta última, minha mãe conseguiu a façanha de me inscrever num concurso de fantasias do Clube Glória Tênis Clube. Foi quando ganhei primeiro lugar na categoria originalidade! Quase uma obviedade.
Meu pai também acompannhava. Mas a "função" mesmo ficava por conta da minha mãe.
E eu me lambuzava na purpurina. Não economizava confete.
Só guardava mesmo a serpentina. Dessas eu ganhava apenas 4 ou 5.
Usava no meio do salão, mas deixava a última para quando minha mãe dizia que estava na hora.
Pois é. Carnaval de salão dos clubes de Porto Alegre.
Era pulando atrás do trenzinho que eu dificilmente pedia para ir embora.
Era cantando: "Olha a cabeleira do Zezé", entre outras marchinhas, que eu esquecia do meu TOC de querer sempre voltar pra casa.
Minha mãe chegava perto de mim e dizia: "Vamos, tá na hora!"
E eu dizia: "Só um pouquinho"
E corria para um canto do salão para jogar minha última serpentina.
Era bonito de se ver.
Era carnaval.

11 fevereiro 2010

Ovelha rosa da família: Mcqueen


Os gênios costumam ser criaturas imensamente sensíveis e por mais egocêntricos que sejam não suportam a injustiça. Talvez porque no fundo se sintam injustiçados, cobrados e criticados o tempo inteiro.
Três anos depois do suicídio de sua melhor amiga, Isabella Blow, na época editora de moda da revista Tatler, que o lançou ao estrelato, Alexander Mcqueen se entrega novamente ao fundo do poço com a perda da mãe, que aconteceu na semana passada, e não se sente capaz de brilhar mais uma vez nas semanas de Moda de Londres e Paris.

Em seus comentários no twitter ele se mostra magoado, injustiçado: "estou deixando meus seguidores saber que minha mãe morreu ontem. se ela não pode me ter, vocês também não RIPmomxxxxxxx"
E desiste.
Talvez, para nós, os não gênios, seja inadimissível esse tipo de atitude.
Como? O cara era um super talento. Reconhecidíssimo por personalidades do mundo inteiro.
O queridinho da sensação do momento: Lady Gaga.
Além de ser amicíssimo de Kate Moss, a modelo veterana mais copiada e com mais estilo no mundo das celebrities.

Seu próximo desfile seria, com pouca margem de erro, ovacionado por público e crítica. E mesmo assim, ele não quis ficar.
Acontece que cada um tem a sua tristeza. E consegue lidar com ela ou não. Já falei aqui que admiro as pessoas que não tem medo de se assumirem tristes. Não as depressivas, mas as que ficam tristes belamente. Gente que está sempre feliz é uma farsa. E está longe de ter poesia.
Mcqueen sabia ficar triste e ir até o fundo do poço. Talvez ele não soubesse voltar. O que em nada diminui o talento que ele era. Se ele não encontrou a paz, se livrou do desespero.
Nesta foto, Mcqueen faz uma homenagem à amiga Kate Moss no término de um desfile em 2005. Pouco após Kate ter sido alvo dos paparazzos e aparecer para o mundo usando cocaína. O estilista achou uma grande injustiça. E gênios não gostam de injustiças.

04 fevereiro 2010

be sad

Por que deixar para amanhã aquilo que você pode sofrer hoje?


Sofra se for capaz. Assuma que perdeu. Pegue essa derrota, embrulhe e durma com ela.
Isso se você conseguir dormir, né?
Porque o lexotan já acabou há alguns anos, e não seria o caso de abrir um vinho para tomar com dorflex.
Sofra. Chore. Não consegue?
Tenta. Com força. Grita no travesseiro.
É preciso ter muita coragem para assumir para si mesmo um sofrimento, uma falha, uma ruína.
Ainda mais num mundo onde todos exalam sucesso, consumismo e satisfação.

No dia seguinte, talvez na semana seguinte, passa.
E o melhor é que passa mesmo.
Mas é preciso saber sofrer.

01 fevereiro 2010

eu sou uma farsa

Eu sou uma falsa jornalista.
Uma jornalista que não acredita em verdades absolutas.
Acredito no jornalismo literário. No jornalismo bem escrito ainda que sem importância.
Não me interessam os fatos, e sim os personagens.
Por isso, às vezes, alguns lugares me são aborrecidos.
Porque os personagens não colaboram. São chatos. Sem cor.
O que mais me agrada em uma pessoa é o humor.
Humor inteligente, sádico e até trágico.
Alguém com humor pode falar até sobre economia.
Quem tem humor é sexy.
Acontece que descobri a grande sacada. Descobri por que motivo essas pessoas são tão raras.
Para se ter humor é necessário antes se ter segurança, conhecimento e empatia.
Então me perguntariam: e a tal veracidade jornalística?
Acredite em mim: as maiores verdades são ditas em tom de brincadeira.
Sempre.