28 abril 2010

Como dificultar a vida do passageiro

Gosto muito de viajar TAM.
E isso nada tem a ver com o que eles servem durante o vôo.
Me deprime ouvir pessoas reclamando que numa viagem de pouco mais de uma hora ganharam "apenas" uma barra de cereal ou amendoim.
Se faz tanta questão de comer comida quente enquanto estiver voando faça um vôo internacional. Ou, então, leve uma marmita na bolsa térmica.
Por motivos diversos, de atendimento e tudo o mais, prefiro a TAM do que a GOL.
Um dos motivos era a facilidade de acrescentar os pontos ao cartão fidelidade.
Muitas vezes eu não precisava nem pedir e a atendente do balcão me dizia: "Já acrescentei os seus pontos dessa viagem, senhora"
Enquanto na GOL, não adiantava apenas dar o CPF, eu teria que saber o número do smiles.
O que, obviamente, eu não sei. Então teria que chegar em casa, entrar no site da GOL e adicionar os pontos. Chato.
O que eu achava de tão incrível na TAM se transformou na mesma chatice da GOL. A grande questão é: o site da TAM dificilmente funciona. O que gera uma dupla chatice.
Enquanto ainda sou obrigada a participar do monopólio das companhias aéreas brasileiras, sigo viajando TAM. Por enquanto, que fique claro.
Afinal, em se tratando de site e também no quesito revista, a GOL está anos luz na frente da TAM.

26 abril 2010

Soul Kitchen

Soul Kitchen tranquilamente poderia se chamar Soul Kitsch.
Afinal, o termo kitsch é de origem alemã.
O filme se passa em Hamburgo e sua cozinha está mais para Kitsch do que para Kitchen.

Eu tentei o filme inteiro não torcer para que as coisas dessem certo, porque esses nem sempre são os filmes mais bacanas, mas eu falhei.
Eu queria que se pelo menos as coisas não dessem certo, o amor vencesse, ou então, todo mundo transasse no final, numa bela suruba coletiva (redundante assim), resultado do tempero da árvore dos índios.

Soul Kitchen é humano. Trata-se de uma geração falida e - para desespero de muitos endirenhados que se esforçam ao máximo para serem modernos - cool.
Eu, que muito já penei em São Paulo, entendo e conheço muitos deles.
Essas pessoas não moram, invadem. Não compram, tomam.
Não pagam impostos e não aceitam que um emergente idiota invente que gazpacho possa ser servido quente.
Acontece que quando eles decidem fazer alguma coisa, essa coisa é simplesmente cool.
Talvez por não terem a intenção.
Talvez por eles não se importarem com os outros, ou com o que pensa a grande maioria.
E, principalmente, por eles não fazerem a menor questão de ser cool.

Gosto de Soul Kitchen.

Especialmente porque quando o filme acaba eu tenho a certeza de que tudo pode dar errado de novo.

E mesmo assim a história, como seus personagens, não abandonarão seu ar interessante.

04 abril 2010

Sobre o amor


E há também o desamor, além do medo de amar.
Mas o primeiro é ainda mais grave, acredito.
O gostar daqueles que desvalorizam a sua pessoa.
O desejo de ser sem importância.

O desamor vem da ausência de afeto, mas também vem de seu excesso.
Se tem algo que nunca me excitou foi ser desvalorizada por alguém.
Daí fico sozinha com meus monstros. Que não são poucos, acredite.
Daí subo no telhado vizinho com Kate e encaro o fim de tarde como o único companheiro que me resta.

E vejo tantos e tantas em busca do desamor que tenho vontade de gritar.
E não grito.
Vontade de mostrar o caminho.
E não mostro.
A vontade deve ser alheia. A vontade tem que vir de si.
Ou o desamor não finda.
Ou o desamor se instala.