25 maio 2011

meditação on


Pensar ou não pensar.
Tenho sempre a cobrança interna de que preciso de foco. Preciso me organizar e fazer tudo o que precisa ser feito.
A verdade é que fazer ao menos duas ou três coisas bem feitas faz com que o resto entre nos trilhos.
E, então, aquele eletrodoméstico indispensável já não faz tanta falta. Aquela jaqueta nova já não é essencial para se continuar vivendo. Aquele curso incrível vai poder esperar mais um semestre, sem que você entre em depressão.
Nem saber de tudo antes vai ter o mesmo valor.

Planejar o seu tempo? Ter todas as ferramentas? Pais que te apóiam, vida sexual ativa, salário, trabalho, amigos, everthing...
Sim, já sabemos que nada disso é o bastante.

Relaxar e deixar as coisas fluírem.
Impossível?

Hay que tentar todos os dias. Hay que esperar. Hay que confirmar.
E enfim, aproveitar.

08 maio 2011

Preto Velho

Fui num terreiro de preto velho uma vez.
Faixa branca diria pra mim inutilmente minha amiga mais velha, conhecedora do assunto.
Eu que não acreditava em espiritos; vida após a morte; reencarnação e toda a pieguice a respeito, me via naquela casa, com cadeiras de plástico brancas na sala de espera.
Chegou a minha vez. Entrei e me posicionei na frente de um deles.
O meu preto velho era claro, quase albino. Fez sinais na parede de subida.
Falou de inveja como todos os charlatões do gênero costumam falar.
E me deu um conselho. Sabe aquele conselho que você passa anos esperando dos amigos tão desesperados quanto a gente; dos psicanalistas e terapeutas com sessões caríssimas; dos astrólogos e tarólogos famosos, e nenhum deles tem a capacidade de dar?
Foi esse conselho que ouvi do preto velho em questão.
Ele disse: você tem um problema? Fale com a pessoa envolvida. Assuma. SDê a cara a tapa. E eu garanto que você vai resolvê-lo. Poderia resolver e se chatear, mas você tem a faca e o queijo na mão. Basta usar.

Eu? Falar sobre o que sinto? Eu, me humilhar? Eu, me expor? Eu que herdei de meu pai o calar, o aguentar firme, no osso? Eu que achava que as coisas deveriam se resolver por mim?

Mas no desespero dos dias, foi o que eu fiz.
E eu resolvi.
E continuo descrente de vidas em outro plano.
Continuo cética a esse respeito.
Mas o preto velho me ajudou.

E você aí, desesperado, louco para saber o endereço desse terreiro em Porto Alegre. Eu digo que não sei. Esqueci. Apaguei.
Não voltarei mais lá ou em qualquer outro lugar para que me digam o óbvio.
Só existe uma maneira de se resolver a vida.
Se expondo.