Um belo dia Freud descobriu que para amenizar a histeria de mulheres, e veja bem, de "mulheres", era necessário fazê-las falar.
E a medida em que iam falando, falando, falando. Melhoravam.
Era uma loucura que se acalmava proporcionalmente ao número de palavras enfileiradas.`
É claro que essa fórmula está mais do que comprovada, assim como está comprovado que a necessidade feminina da fala é bem maior do que a masculina.
Até hoje sinto que nossos hormônios borbulham por dentro e temos uma histeria controlada. Basta uma frase a mais para que não enlouqueçamos.
O sexo feminino, nesse sentido, se entende como ninguém.
E se os machos acham que falam muito quando comentam da transa da noite anterior é porque eles não tem a menor noção dos detalhes sórdidos salientados nas conversas entre calcinhas.
Bem, a questão é: namoramos, juntamos, casamos e, isso tudo, na maioria das vezes, com um homem.
Um ser inocente que nem sempre tem idéia da nossa inevitável vontade de ...falar.
E então, não bastando a sessão terapêutica, eis que surge uma outra pessoa pra nos ouvir.
E começamos, sem piedade, uma narrativa infindável onde quase sempre somos as injustiçadas e o outro, o vilão.
Então, falamos e falamos.
Choramingamos, viramos a cara.
E o outro, que até então se mostrava uma criatura pacata, quase em desespero pede: "Desculpa!"
Então limpamos o choro, sorrimos timidamente e o abraçamos.
"Ufa!", pensa o vilão.
Ficamos aliviadas e no outro dia percebemos que não era isso que queríamos dizer.
Que na verdade queríamos nos declarar, mas ele respondeu errado e acabou saindo outra coisa...AFE!
Em menos de um mês será o Dia Internacional das Moçoilas.
Venho por meio deste, solicitar o Dia Internacional dos Hombres.
Principalmente, daqueles que tem a sensibilidade de entender uma cobrança que deveria se traduzir em "Eu te amo" e que eles, firmemente, no intuito de salvá-las da histeria coletiva, escutam e relevam.