Às vezes sinto falta da terapia.
Só pra chorar um pouco. Dizer que está tudo errado, mesmo não estando, e voltar para casa com a sensação de que aquele dinheiro está sendo bem investido.
No mundo dos blogs percebo que os que mais fazem sucesso são os que incentivam consumo.
Certo ou não, nunca perdi 30 segundos num blog desses.
Estaria eu preferindo as crises existenciais do universo virtual? Aquelas em que o indivíduo se auto-deprecia a ponto de rir de si mesmo, e, às vezes, nem isso?
(Meu pânico a vírgulas me permite usá-las aos montes quando é de meu agrado.)
Sempre me vem Clarice na memória. Naquela entrevista na Cultura, fumando compulsivamente (e uma das únicas pessoas que conheço, é verdade, a ter classe nesse ato), sem esboçar um sorriso, com largas pausas entre as perguntas e as respostas, e até mesmo entre as próprias frases, como se desprezasse o tempo. O seu e o do mundo.
Mas eu não faço mais terapia. Então me deixo desabafar por aqui. Com todas as pausas que me são de direito.
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