04 março 2012

eco de ventilador

Tem como arrumar a sandália sem o vestido subir?

Você dá a cara à tapa e reclama que doeu? Guênta, filha.

Mesmo quando estamos certos de que sim, é isso, esquecemos que depois de sinalizar, não precisamos justificar o retorno na estrada.
Tive tempo de vida suficiente para sacar que preciso zerar tudo, sempre. Não abro mão disso e, mesmo quando abro exceções soltas, leves, dessas que parecem "easy like a sunday morning" e que não vão fazer diferença lá na frente... eu me arrependo.

Então: inspira, expira. Silêncio.
Silêncio de verdade, desses de deixar o celular no silencioso.
Fim com término.
Com divisão de bens, não deixando nada lá atrás.
Nada?
Já tem um chip de memória suficiente que mente a falta de fotos no facebook.
Término com fim.
Com perguntas sem respostas. Com dias que chegam ao final sem confort call.
Sem amizade. Porque amizade vira sexo, mas o inverso precisa de tempo.
Sem compaixão, por favor.

Porque até quando não tem culpa, a mulher se desculpa.
"Desculpa por não ter culpa dessa vez, hein? Logo eu, né? Sempre tão culpada, sempre omitindo o incômodo, sempre entediada, sempre preferindo a solidão a qualquer grupo de pessoas"
Perdão por deixar de te amar, por não querer mais transar, por forçar um sorriso sem graça.
Me perdoe por não aceitar o tédio nas horas vagas.
Me perdoe por sempre querer mais, e diferente, e de outro ângulo, por querer gritar da janela com uma garrafa na mão mesmo quando não é sábado.
Perdão por fazer da minha vida um filme. Perdão por querer correr com lágrimas e sorrisos no rosto ao mesmo tempo.
Como diz Antônia, ter olhar estrangeiro na cidade em que se vive faz bem.

Mas, sim, omiti, menti e fantasiei mais uma vez.
Porque ninguém tem nada a ver com isso. Nenhuma verve jovem teve culpa nisso.
Eu não te amo mais (mais uma vez desculpa) vem junto de um "ninguém, nenhum amor e nenhum sexo foi a causa de tal feito".
Eu não te amo mais vem acompanhado de um "estou entediada de vez".
Sou chata?
Talvez.

Ainda me ama? A distância colore, não se engane. Sou a mesma. A mesma chata de sempre. O relacionamento com minha família se transformou em algo sensacional desde que mudei de estado. Eu também amo mais os amigos quando não os vejo com tanta frequência. Eu me acho mais bonita quando não me olho tanto no espelho.

Tudo isso para dizer, sem culpa, eu não te amo mais porque sim. Ah, como isso dói. Uma dor muda. Ninguém tem nada a ver com isso e, juro, queria muito que alguém tivesse. Sou ariana, sou fogo, vivo de grandes dramas e paixões, senão me perco.

Me perdi. E não estou disposta a abrir mão de arrumar a sandália quando esta me incomodar.

Tem como mudar a sua vida sem se expor?
Continuo achando que não.

6 comentários:

Pattiê, disse...

Hehe. Adoro isso aqui. Sempre.

Anônimo disse...

ótimo texto! Parabéns por conseguir se libertar assim, através de ótimos posts. Bjs.

Juliana Menz disse...

Beijos, querida Pattiê, muitos beijos!

Juliana Menz disse...

Os anônimos amam meus textos e eu tenho paixões platônicas por esses caras.

Unknown disse...

vai ser estranho se eu disser que chorei com esse post? pegou ali na feridinha, numa das muitas... mas num sentido positivo. é legal como eu me sinto confortável por aqui!

Juliana Menz disse...

Nossa, Elisa, que fofo da sua parte. É legal saber que tem gente que se apega as mesmas pequenices que a gente. Super beijo, querida!