Tudo quanto de desagradável nos sucede na vida - figuras ridículas que fazemos, maus gestos que temos, lapsos em que caímos em qualquer das virtudes - devem ser considerados como meros acidentes externos, impotentes para atingir a substância da alma.
Que consigamos tê-los como dores de dentes, ou calos da vida, coisas que nos incomodam mas são externas ainda que nossas.
Quando atingimos essa atitude estamos defendidos não só do mundo mas de nós mesmos, pois vencemos o que em nós é externo, é outra, é o contrário de nós e por isso o nosso inimigo.
22 setembro 2008
17 setembro 2008
desassossego primaveril
Há uma alegria sossegada no ar com metade de frio.
E a vida, ao sopro leve da brisa que não há, tirita vagamente do frio que já passou, pela lembrança do frio mais que pelo frio.
Pela comparação com o verão próximo, mais que pelo tempo que está fazendo.
A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.
12 setembro 2008
RESGATE! Por quê? ah...aqui é assim
- Pão na chapa.
- Canoa?
-É...
Há quatro anos atrás cheguei em São Paulo com o intuito de aqui me estabelecer. Deixei um programa de rádio que amava para trás. Um programa de TV.
Muitas casas noturnas onde tocava como DJ.
E o que mais doeu: centenas de ouvintes com bom gosto musical.
Me senti, como a maioria dos gaúchos que por aqui amarram seu cavalo: uma caipira em primeiro grau. Parecia outro país.
E tudo que eu conseguia pensar era:
"É...aqui é assim."
Claro que hoje, não mais me sinto uma caipira e até disfarço bem o sotaque.
Porém, não há como negar. As coisas são bem diferentes por aqui.
As pessoas dificilmente perguntam o teu nome.
Perguntam o que tu faz, com quem trabalha, com que freqüência e quanto ganha.
Não que de onde eu venha as pessoas sejam extremamente interessadas nos nomes umas das outras.
Mas no sobrenome sim. E em que bairro moram também.
Assim como no Rio perguntam sobre a praia que se freqüênta, entende? Mais ou menos isso.
Aliás, não há como negar a enorme rixa existente entre paulistanos e cariocas.
- Canoa?
-É...
Há quatro anos atrás cheguei em São Paulo com o intuito de aqui me estabelecer. Deixei um programa de rádio que amava para trás. Um programa de TV.
Muitas casas noturnas onde tocava como DJ.
E o que mais doeu: centenas de ouvintes com bom gosto musical.
Me senti, como a maioria dos gaúchos que por aqui amarram seu cavalo: uma caipira em primeiro grau. Parecia outro país.
E tudo que eu conseguia pensar era:
"É...aqui é assim."
Claro que hoje, não mais me sinto uma caipira e até disfarço bem o sotaque.
Porém, não há como negar. As coisas são bem diferentes por aqui.
As pessoas dificilmente perguntam o teu nome.
Perguntam o que tu faz, com quem trabalha, com que freqüência e quanto ganha.
Não que de onde eu venha as pessoas sejam extremamente interessadas nos nomes umas das outras.
Mas no sobrenome sim. E em que bairro moram também.
Assim como no Rio perguntam sobre a praia que se freqüênta, entende? Mais ou menos isso.
Aliás, não há como negar a enorme rixa existente entre paulistanos e cariocas.
A questão é: São Paulo tem tudo! Menos praia.
Todavia, por aqui vocês vão encontrar água de coco em cada esquina.
Coco verde mesmo. Servido em uma garrafinha.
Digamos que seria estranho as pessoas correndo na Paulista com um coco na mão, fingindo naturalidade.
Bem, venho de um lugar onde as pessoas saem pela rua com uma garrafa térmica em baixo do braço saboreando a água quente da bomba de chimarrão, não importa o calor que faça, e isso com a MAIOR naturalidade.
É, mas temos a beira do Guaíba em PoA.
Onde a gauchada pratica esportes, fuma um e contempla o pôr-do-sol.
Não é o calçadão do Rio, mas não costuma rolar arrastão.
Vocês estão achando que dessa vez o paulistano ficou para trás? Que o único lugar onde consegue fazer esportes é enjaulado dentro de uma academia?
Não. Aqui em São Paulo temos a Avenida Sumaré!
Nela há um canteiro central que acompanha toda a larga rua.
Ali, muitos moradores de Perdizes, Pinheiros e Vila Madalena praticam seu esporte favorito entre àrvores, inúmeros carros e também ônibus que passam pelo local.
Ok, há o Ibirapuera! Que é excelente e realmente grande.
O único contra é quando a quantidade de ozônio se altera naquela área e o parque fica impróprio para a prática de esportes.
Sugiro o Vila Lobos ou o Água Branca, nesse último, se tu tiveres sorte, poderá ver o pavão!
Agora, se tu achas que se perder em São Paulo tem a ver com o tamanho da cidade, estás redondamente enganado.
Se perder por aqui é um dever do cidadão.
Daquele que dirije, ou do que pega ônibus. Do que dirije por diversos motivos.
As ruas não são paralelas. Existem mais de uma rua com o mesmo nome.
Tu acreditas estar no caminho certo quando a placa informa que o nome da rua mudou!!??
Sim, mudou porque aquele canteiro com meia dúzia de capins, AQUI é chamado de praça. Imagine a quantidade de "praças" que por aqui existem? Milhares. Sem contar que a população é extremamente solidária e adora dar informação, mesmo quando não está certo dela, e dificilmente está.
156? Deixa pra lá. Vou deixar minha ira para um único post.
O ponto de ônibus em uma Avenida, por exemplo: Dr. Arnaldo, serve para alguns ônibus que por ali passam, para outros tu deves caminhar 200 metros, porque sua linha não para ali.
Entendeu?
Não?
Ninguém entende. Aprende.
De tanto perder ônibus e ficar no ponto com cara de turista desinformado.
Ah..quer saber se tem alguma placa no ponto informando algo a respeito? Dificilmente.
UTILIDADE PÚBLICA: Eles vem com um nome e voltam com outro, preste atenção no número da linha porque existem muitos com o mesmo nome que fazem caminhos COMPLETAMENTE diferentes.
E para você que vem do sul feliz e faceiro: a passagem aqui é mais cara e NENHUM ônibus tem ar-condicionado.
Porém, o calor daqui não chega aos pés do calor infernal de Porto Alegre que no verão beira os 45ºC à sombra.
Se perder por aqui é um dever do cidadão.
Daquele que dirije, ou do que pega ônibus. Do que dirije por diversos motivos.
As ruas não são paralelas. Existem mais de uma rua com o mesmo nome.
Tu acreditas estar no caminho certo quando a placa informa que o nome da rua mudou!!??
Sim, mudou porque aquele canteiro com meia dúzia de capins, AQUI é chamado de praça. Imagine a quantidade de "praças" que por aqui existem? Milhares. Sem contar que a população é extremamente solidária e adora dar informação, mesmo quando não está certo dela, e dificilmente está.
156? Deixa pra lá. Vou deixar minha ira para um único post.
O ponto de ônibus em uma Avenida, por exemplo: Dr. Arnaldo, serve para alguns ônibus que por ali passam, para outros tu deves caminhar 200 metros, porque sua linha não para ali.
Entendeu?
Não?
Ninguém entende. Aprende.
De tanto perder ônibus e ficar no ponto com cara de turista desinformado.
Ah..quer saber se tem alguma placa no ponto informando algo a respeito? Dificilmente.
UTILIDADE PÚBLICA: Eles vem com um nome e voltam com outro, preste atenção no número da linha porque existem muitos com o mesmo nome que fazem caminhos COMPLETAMENTE diferentes.
E para você que vem do sul feliz e faceiro: a passagem aqui é mais cara e NENHUM ônibus tem ar-condicionado.
Porém, o calor daqui não chega aos pés do calor infernal de Porto Alegre que no verão beira os 45ºC à sombra.
Ônibus no Rio? Nunca consegui parar um. A velocidade de 120Km por hora não permitiu.
Não sei se consegui ser clara. Tenho quase absoluta certeza que não.
A questão é: eu amo São Paulo, realmente amo.
Por quê? Não sei. Dizem que sou extremamente urbana.
ADORO trabalhar, enfim...aqui que pretendo morar...
É uma resposta para muitos de meus amigos que amo no sul, para alguns de meus vizinhos curiosos, todos meus familiares, o padeiro da esquina, o taxista que reclama do trânsito...
É isso...
Não sei se consegui ser clara. Tenho quase absoluta certeza que não.
A questão é: eu amo São Paulo, realmente amo.
Por quê? Não sei. Dizem que sou extremamente urbana.
ADORO trabalhar, enfim...aqui que pretendo morar...
É uma resposta para muitos de meus amigos que amo no sul, para alguns de meus vizinhos curiosos, todos meus familiares, o padeiro da esquina, o taxista que reclama do trânsito...
É isso...
11 setembro 2008
Que tempo bom...que não volta nunca mais!!!
eu em 1994 (antes da chapinha angolana progressivamente definitiva)
eu em 1978 (quando assumi minhas raízes paternas)
Eu em 1966 (na flor da idade - essa vai pro passaporte alemão)
TUdo isso pra dizer que li na Elle mês passado sobre a Mulher Sem Idade!
Sabe como é?
É aquela que você não sabe se tem 20 e tantos ou quase 50 por causa do astral sempre alto, da sorte genética, dos avanços da indústria de cosméticos e da medicina, ou de todos esse fatores combinados.
Costuma atrair de garotões em plena crise de puberdade até coroas enxutos e metrossexuais.
Representantes famosas: Demi Moore, Carla Bruni, Kate Moss e Juliana Menz, é claro.
:)
Quer brincar?
vai lá:
coloca tua fotenho e te acaba de rir!
Ponto Final
Não escrevo para parecer coisa alguma.
Sempre escrevi e escrever pra mim é como um alívio.
Algumas vezes não consigo dormir e basta escrever tudo aquilo que passa em forma de texto, ou não, na minha mente e pronto. Durmo.
Não escrevo porque hoje existem blogs. Escrevia muito antes disso e por necessidade.
Sempre escrevi e escrever pra mim é como um alívio.
Algumas vezes não consigo dormir e basta escrever tudo aquilo que passa em forma de texto, ou não, na minha mente e pronto. Durmo.
Não escrevo porque hoje existem blogs. Escrevia muito antes disso e por necessidade.
Escrever vem de um excesso de calor na alma. É uma espécie de hipnose que faz com que deixemos de prestar atenção no mundo ao redor e passemos a formular cada parágrafo numa vida parelela.
Escrever não é fácil mas, acredito que está inerente no sujeito ou não. Não trata-se de uma escolha.
Escrever não é fácil mas, acredito que está inerente no sujeito ou não. Não trata-se de uma escolha.
Estou certa que escrever é ato egoísta e presunçoso.
Não precisamos ser entendidos por ninguém. A página em branco nos basta.
É como ignorar toda a existência ao redor.
E eu tenho um acervo de idéias se formando e saltitando aqui dentro. Mas há tempos em que não se tem tempo...
02 setembro 2008
do not disturb!
CLARICE
2 de setembro de 2006
3h da manhã
Anotações
Para que guardar tanto papel? - diria Kika
Porque é meu único contato terra. E hoje eu entendo.
Anotações muitas. Datas de trabalhos variados.
Entrevistas marcadas. Livros para ler. Contas a pagar.
Tantas coisas pra fazer, tantas noites sem dormir.
E houve ainda um tempo para Clarice. Minha única salvação além das taças, sempre cheias de vinho chileno, já que não havia fogão.
Apaixonei-me subitamente por fatos sem literatura – fatos são pedras duras e agir está me interessando mais do que pensar. De fatos não há como fugir.
E tu podes ter a visão que quiser do ponto onde escolhe estar para olhar. Tu podes olhar com indiferença ou compaixão. Não importa.
Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias soltas porque eu também sou o escuro da noite.
Pausa para o momento presente:
Eu e Roberta discutimos sobre alguma pessoa – qualquer pessoa, perceba que aqui não interessa a família real dos personagens e nem se são verídicos. A questão é que estamos falando de COISAS REAIS, não necessariamente pessoas reais – alguém que vem e enche o saco, reclama da vida e fica cheia de frescura. Não temos dúvida:
Vem cá, ô querido(a), tu já limpou um banheiro? já? com escova, saponáceo, desinfetante...
(quase compramos o kit!)
Fim da pausa – de volta a 2006
Dançava e rodopiava pela sala porque ao estar sozinha se
tornava L-I-V-R-E!
Levem um soco no estômago pra ver se é bom.
A vida é um soco no estômago.
2 de setembro de 2006
3h da manhã
Anotações
Para que guardar tanto papel? - diria Kika
Porque é meu único contato terra. E hoje eu entendo.
Anotações muitas. Datas de trabalhos variados.
Entrevistas marcadas. Livros para ler. Contas a pagar.
Tantas coisas pra fazer, tantas noites sem dormir.
E houve ainda um tempo para Clarice. Minha única salvação além das taças, sempre cheias de vinho chileno, já que não havia fogão.
Apaixonei-me subitamente por fatos sem literatura – fatos são pedras duras e agir está me interessando mais do que pensar. De fatos não há como fugir.
E tu podes ter a visão que quiser do ponto onde escolhe estar para olhar. Tu podes olhar com indiferença ou compaixão. Não importa.
Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias soltas porque eu também sou o escuro da noite.
Pausa para o momento presente:
Eu e Roberta discutimos sobre alguma pessoa – qualquer pessoa, perceba que aqui não interessa a família real dos personagens e nem se são verídicos. A questão é que estamos falando de COISAS REAIS, não necessariamente pessoas reais – alguém que vem e enche o saco, reclama da vida e fica cheia de frescura. Não temos dúvida:
Vem cá, ô querido(a), tu já limpou um banheiro? já? com escova, saponáceo, desinfetante...
(quase compramos o kit!)
Fim da pausa – de volta a 2006
Dançava e rodopiava pela sala porque ao estar sozinha se
tornava L-I-V-R-E!
Levem um soco no estômago pra ver se é bom.
A vida é um soco no estômago.
Agora sorria!
Eu vou ter tanta saudade de mim quando eu morrer.
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