09 fevereiro 2009

Fale com Ela

Um belo dia Freud descobriu que para amenizar a histeria de mulheres, e veja bem, de "mulheres", era necessário fazê-las falar.
E a medida em que iam falando, falando, falando. Melhoravam.
Era uma loucura que se acalmava proporcionalmente ao número de palavras enfileiradas.`
É claro que essa fórmula está mais do que comprovada, assim como está comprovado que a necessidade feminina da fala é bem maior do que a masculina.

Até hoje sinto que nossos hormônios borbulham por dentro e temos uma histeria controlada. Basta uma frase a mais para que não enlouqueçamos.
O sexo feminino, nesse sentido, se entende como ninguém.
E se os machos acham que falam muito quando comentam da transa da noite anterior é porque eles não tem a menor noção dos detalhes sórdidos salientados nas conversas entre calcinhas.

Bem, a questão é: namoramos, juntamos, casamos e, isso tudo, na maioria das vezes, com um homem.
Um ser inocente que nem sempre tem idéia da nossa inevitável vontade de ...falar.

E então, não bastando a sessão terapêutica, eis que surge uma outra pessoa pra nos ouvir.
E começamos, sem piedade, uma narrativa infindável onde quase sempre somos as injustiçadas e o outro, o vilão.

Então, falamos e falamos.
Choramingamos, viramos a cara.

E o outro, que até então se mostrava uma criatura pacata, quase em desespero pede: "Desculpa!"

Então limpamos o choro, sorrimos timidamente e o abraçamos.
"Ufa!", pensa o vilão.

Ficamos aliviadas e no outro dia percebemos que não era isso que queríamos dizer.
Que na verdade queríamos nos declarar, mas ele respondeu errado e acabou saindo outra coisa...AFE!
Em menos de um mês será o Dia Internacional das Moçoilas.
Venho por meio deste, solicitar o Dia Internacional dos Hombres.
Principalmente, daqueles que tem a sensibilidade de entender uma cobrança que deveria se traduzir em "Eu te amo" e que eles, firmemente, no intuito de salvá-las da histeria coletiva, escutam e relevam.

3 comentários:

Pattiê, disse...

você, guria, definitivamente me salvou de uma histeria com esse texto... kkkkk...

tá, podemos combinar assim: você entra com a psicologia, eu entro com a filosofia, e dessa forma escreveremos um livro a quatro mãos. e ele seria dividido em duas partes, uma de "ponta-cabeça" pra outra. e as instruções para lê-lo seriam:

1 - leia a filosofia a noite (e enlouqueça);
2 - leia a psicologia durante o dia - (e se cure);
3 - saia pra tomar um porre aos sabados e domingos (e esqueça do livro);
4 - e se nada disso adiantar esqueça o livro num canto e abrace um amigo (ou o namorado).

E então, o que acha? hehe

Beijos

LINGUA DIRETA - Luiz Sarti disse...

Juro por deus (se é que ele existe) que eu queria ter paciencia e ouvir, ouvir, ouvir... Mas nao consigo. Sorry darling, nós fomos dotados de duas cabeças. Uma quando enche de sangue, bloqueia a outra. A gente nao ouve nada. São duas mas a gente só pensa numa coisa. Bem, se foi deus que fez a gente assim, deve ter um motivo. Seja lá qual for, a gente vai levando... e tentando ouvir..Mas indeferente ao que se diz, e ao que se ouve, vocês são maravilhosas, tanto que muitos homens as invejam... rz.

LINGUA DIRETA - Luiz Sarti disse...

onde escrevi indeferente, leia-se indiferente. É diferente, eu sei!!