Toda vez é assim.
Tudo o que eu planejo dá errado e o o que se segue é muito melhor.
Os melhores convidados continuam sendo os penetras
E os melhores bares são os que estão quase fechando.
Os melhores encontros são aqueles já esquecidos.
E os melhores convites são os inusitados.
Só que a existência é isso: a gente faz um monte de planos, vai dormir, acorda e o mundo trata de adulterar tudo.
Eu não estranho mais.
E faço um brinde às mudanças.
Minha diversão está nos pequenos lapsos de felicidade aguda que eu nunca consigo identificar quando em erupção. Somente algumas horas depois quando a boca insiste em mostrar os dentes e os olhos permanecem abertos no escuro do quarto, agora vazio.
Talvez minha ansiedade seja tamanha que eu não consiga identificar o gozo quando ele de fato acontece.
Meu deleite tarda.
É quando eu me perco de mim.
Toda aquela movimentação ao meu redor, da qual também participo para me inserir no novo plano que até então não fazia parte da minha vida.
muda o cenário.
o figurino.
os atores.
os figurantes.
a locação.
muda o jardim?
Muda tudo e eu esqueço.
Porque uma coisa chama muito mais a minha atenção do que essa constante instabilidade que eu piloto como ninguém.
A questão é: eu voltei.
Talvez já faça algum tempo e só agora pude me perceber inteira.
E sendo assim, as mudanças não fazem a menor diferença.
Que continuem belas ou atravessem mares tristes.
Nada importa.
Agora eu sei que é preciso morrer por inteiro para conseguir voltar a ser o que se foi um dia.
E que essa angustia de que tudo escape, na verdade, é a coisa mais plena que existe.
3 comentários:
Obrigada pela receita para o caminho do "voltar a ser o que se foi um dia". Só preciso agora aprender a morrer por inteira!
Beijos com desejos de um 2010 repleto de prazeres e realizações...
Quando você escreve até o preto e branco fica colorida!
Feliz 2010!!!
Que Deus lhe prodigalize bençãos bem como a todos os seus.
Saúde, paz e sucesso.
thanks ;) de verdade
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