15 fevereiro 2012

bulling

Se tem um lugar que sempre me senti mais estrangeira do que o de costume foi no colégio, assim como na faculdade. E o que mais me incomodava era a dificuldade que as pessoas tinham de aceitar as diferenças.
Não que depois de formados fiquemos melhores. Infelizmente, não.
Mas é quando estudantes, época de maior insegurança, que as injustiças vêm à tona.
Minha primeira formatura, aquela da oitava série, em que todas as meninas colocaram seu melhor vestido, eu usei bombacha. Bombacha gaúcha, sabe? E barriga de fora. Nessa época quase ninguém tem barriga mesmo. Se isso é diferente para a cidade que moro hoje (SP também é careta), imagina pra Porto Alegre nos anos 90? 
Mas me diverti com as caras de horror das mães dondocas, assim como de algumas colegas.
Nunca fui muito de me juntar a grupos, porque acredito que grupo significa muito mais exclusão do que união. 
As pessoas são tão más quando estudantes, tão estúpidas. Mas toda essa perversidade é arremessada, na verdade, porque ninguém consegue se olhar no espelho. Olhar no espelho dói mais nessa época.
Uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com quase 19 mil pessoas mostrou que 99,3% dos estudantes brasileiros têm algum tipo de preconceito. (Super Interessante desse mês)
Isso me faz lembrar daquela frase do Coronel Nascimento: "Ah, você é estudante? Sabe voar, estudante?"



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