Juro que fiquei pensando algo para escrever sobre o cara. Sim, ele me inspirou no domingo.
Porém, Marcelo Mirisola escreveu muito melhor do que eu poderia escrever e, por incrível que pareça, muito do que eu gostaria de ter escrito.
Aí vai:
Para que time eu torço? Vou repetir pela centésima vez a mesma ladainha.
Torço para o futebol acabar.
E já que minha torcida não vai surtir efeito algum, gostaria de me corrigir com relação a Ronaldinho.
Não o jogador de futebol, mas o cara que ultimamente passou a levantar a cabeça, dar petelecos nos companheiros do banco de reservas e a fazer piadas nas entrevistas.
Queria falar de um Ronaldinho acima do peso, e mais humano.
Uma das coisas que mais me incomodavam no antigo "fenômeno" era o fato de ele falar aos muxoxos, olhando para baixo em vez de encarar frente a frente as câmeras e a babação de ovos dos repórteres fofoqueiros.
Desde 94 quando - ainda na reserva - ganhou a Copa mais feia da história, passando pela construção do mito e pelas cirurgias até o episódio dos travecos, sempre foi assim.
Eu pensava comigo mesmo: como é que um cara que olha para baixo, resmunga lugares-comuns, batiza o filho com o nome de Ronald e casa num Castelo com uma Cicarelli da vida pode prestar para alguma coisa?
Não me diz nada.
Esse papo de garra, vontade e determinação pode servir ao ufanismo do Galvão Bueno, a mim não me diz absolutamente nada. O esporte em geral não tem argumentos que me convençam. Por isso que repudiava o futebol que Ronaldinho jogava, por mais espetacular e fenomenal que fosse.
Esse futebol seguia a mesma lógica do Big Brother, a mesma receita da revista Caras: ou seja, transformava gente medíocre em celebridade.
E o pior: celebridades que influenciam milhares de pessoas.
Quantas pessoas frequentam a igreja da Bispa $onia por causa do Kaká?
Meus parâmetros sempre foram os "bandidos do futebol". Aqueles que meu amigo Bortolotto queria ver na seleção: Chulapa, Casão, Sócrates, Paulo César Caju, Romário.
Mas eu falava do Ronaldinho.
Ele voltou não porque foi disciplinado e seguiu a receitinha do Galvão Bueno. Ele não voltou da sessão de fisioterapia, nem de uma igreja obscura.
Ronaldinho está em grande forma, quebrando alambrados e fazendo gol no último minuto do segundo tempo, porque voltou da esbórnia.
Ele está em grande forma porque está gordo.
Ele é macho pacas porque encara três travecos de uma só vez.
Ele tem dois filhos porque não teve nenhum com a Cicarelli, e pra mim - mesmo que a sorte não o favoreça nos últimos minutos do 2º tempo - está bom demais.
Só está faltando mandar o Galvão Bueno pro inferno. Se isso acontecer, da próxima vez em que me perguntarem pra que time eu torço, eu vou dizer que troquei o Palmeiras pelo Corinthians.
Nenhum comentário:
Postar um comentário