Minha bebida é a cerveja. E quando faz um frio do tipo que tem feito na capital, eu abro uma exceção para o vinho. E vou dizer que abro uma garrafa como poucas. "Uma mulher deve saber abrir uma garrafa de vinho sem precisar da ajuda de um homem", diria minha grande amiga Clarissa. Eu concordo, não apenas de vinho, mas de champanhe também. E sem estrondos, please.
E convenhamos, temos vinhos extremamente acessíveis e deliciosos, como os produzidos na região de Mendoza, na Argentina.
Participando de uma degustação sobre os Malbec dessa área, percebi que o vinho mais caro não é necessariamente o mais gostoso.
Pra quem como eu não sabia, Malbec, uva de origem francesa, é a principal uva da Argentina, sendo Mendoza a maior região produtora, responsável por 85% dos vinhos de qualidade do país.
Começamos com o Argento Malbec 2008
Um vinho reserva, mas que não passa por madeira, e sim por inox. Um vinho ok.
Para o dia a dia. Ou para saborear junto com uma entradinha de carpaccio. Não é encorpado.
Custa 23 reais. Tem aroma frutado e desce que é uma beleza.
Como a rolha é de plástico, o ideal é bebê-lo no dia em que ele foi aberto.
Caso sobre, devemos colocar na geladeira e usá-lo como ingrediente em algum prato no dia seguinte.
Três dias depois de aberto não serve nem pra vinagre.
O segundo aberto foi o Paris Goulart Clássico 2007
Esse foi envelhecido por 6 meses em barricas de carvalho.
Por isso custa um pouco mais, 45 reais. É um vinho mais forte pra acompanhar a refeição.
Não é o tipo de vinho que se fica degustando, porque tem um sabor bem ácido no final.
Depois veio o meu preferido, o Séptimo Dia Malbec 2007
Gostei tanto desse que comprei uma garrafa no final da degustação.
Ele foi envelhecido durante 10 meses em barricas de carvalho americano e francês.
Ok, eu não faço a menor idéia de o que faz o carvalho francês ou o carvalho americano ser importante na questão vinho, mas deve fazer diferença, já que o Séptimo Dia custa 55 reais.
Não é o mais caro mas, sem dúvida, o melhor. Bem mais encorpado que os outros dois, tem aroma amadeirado de nozes. O sabor é sensacional, e parece ser ideal para acompanhar carnes vermelhas e massas em geral.
O eleito.
Bodega Norton Reserva 2006 é exportado para mais de 40 países. É envelhecido em carvalho francês por um ano e tem um aroma bem mais defumado.
Aliás, o gosto é muito melhor que o aroma.
Este sai pela quantia de 63 reais.
Vale? Vale. No entanto, ainda fico com o Séptimo.
Luigi Bosca Doc Malbec 2006
Falou em Doc é porque o negócio ficou sério, entendeu?
Na real eu não entendi muito bem. A denominação de Doc é de origem controlada.
Esse vinho é produzido em uma das vinícolas de maior sucesso na Argentina.
Tem aroma de baunilha com café e é bem encorpado.
O sabor no início é meio ácido, mas depois de um tempo na boca lembra mel. Delícia.
Quer provar? 82 reales.
Vale lembrar, pra degustar bem um vinho devemos deixá-lo por um tempo na boca.
E por fim, eu que já tinha degustado duas belas taças de Séptimo Dia, além de uma de cada dos outros, já estava japonesa e combinando uma viagem às vinícolas de Mendoza, degustei por fim o Rutini Malbec 2006
É importante saber que esse vinho, por ficar mais de um ano em carvalho 80% francês e 20% americano, deve ser bem decantado. É um vinho mais macio com sabor de avelã bastante amadeirado. A vinícola que produz esse vinho preza mais pela qualidade do que pela quantidade.
Você pode degustá-lo por 119 reais.
Pra quem, como eu, acha charmoso decantar o vinho, fique sabendo: o decanter serve apenas para vinhos que ficam acima de 10 meses em barricas de CARVALHO, não de inox como a maioria dos vinhos na faixa dos 20 reais.
Sim, os vinhos também choram. E quanto mais finas as lágrimas, maior o seu teor alcóolico.
Tô adorando praticar meu amadorismo com vinhos.
Desvatagem do vinho? Segundo Samuel Johnson, dar palavras aos pensamentos.
Enjoy.
Um comentário:
Oi, Ju! Esqueceste de mencionar os vinhos gaúchos, que estão cada dia melhor! :)
Cíntia Pilau
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