03 janeiro 2011

olhar estrangeiro



Nunca me importei de não ter a sensação de pertencimento.
E eu não pertenço a nenhum grupo de amigos, a nenhuma religião, a nenhuma cidade, a nenhuma seita ou filosofia.
Não sou rata de praia, nem de academia. Corro sem ser maratonista. Leio sem ser intelectual.
Faço parte do mundo. É pouco?

Não me importo de viajar sozinha, almoçar sozinha, beber um drink sozinha. Ficar sozinha mesmo.
Estar só é falar menos e observar mais. Observar me ensina.
A questão não é só essa. É poder manter meu olhar estrangeiro nos grupos formados.
Gosto de verdade de não pertencer pra não ter o maior problema em deixar o lugar, qualquer lugar.
Ir embora sem grandes despedidas sabendo que pra onde quer que eu for meu olhar não terá vícios.

Vez ou outra admiro e até invejo a cumplicidade dos grupos. Daí, logo me entedio.


8 comentários:

Giovani disse...

Belo Texto, Ju!

Leio seu blog sempre e tá cada vez mais legal. Esse texto é a cara da minha namorada..Rs

Beijo.

Antonio Max disse...

Basicamente meu dia a dia. Obrigado por traduzir tanta coisa com eloqüência ;)

Glória disse...

Juju...sempre de passagem...

Pattiê, disse...

"Daí, logo me entedio"... =)

Amanda Nogueira disse...

"Estar 'dentro' mas parcialmente 'fora' é também um meio de preservar o frescor, a inocência e a abençoada ingenuidade de visão", já diria Zygmunt Bauman. Acho legal.

Juliana Menz disse...

Adorei Amanda. E todos os outros também. :)

Juliana Menz disse...

Thanks a lot, todos vocês! : )

Juliana Menz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.